O romance The boy next door, da autora norte-americana Meg Cabot (2002), é inovador na medida em que a autora constrói toda a narrativa a partir de textos de e-mails trocados entre os personagens. Os dados do emissor e do destinatário, assim como o tópico das mensagens, permitem que o leitor construa o eixo narrativo de uma história romântica intercalada por um conjunto de conflitos e situações inusitadas que ocorrem envolvendo os personagens. Como era de ser esperar, ao migrar do contexto digital para o meio impresso e assumir uma nova função (não mais um diálogo entre internautas, mas sim segmentos de uma história de ficção), o gênero e-mail sofre alterações. A linguagem, embora mantenha um estilo informal, como ocorre com a maior parte dos e-mails, é mais cuidadosa e fiel às normas de correção linguística, não há erros de digitação e as mensagens produzidas, embora curtas, são mais longas do que as que normalmente são trocadas na internet.
BRAGA, D. B.; SCHLINDWEIN, A. F. A inserção dos recursos digitais na internet nas práticas sociais e educacionais: impactos no ensino da literatura do século XXI. Remate de Males, v. 34, n. 2, p. 635-652, 2014 (adaptado).

Considerando o texto, avalie as afirmações a seguir:
I. Ao ser constituído por uma troca de e-mails, o gênero textual romance deixa de existir.
II. O leitor de “The boy next door”, caso não conheça as características do gênero textual e-mail, não conseguirá compreender o eixo narrativo.
III. A obra literária “The boy next door” é composta por dois gêneros textuais: o romance e o e-mail, caracterizando-a como uma obra inovadora, o que a difere das obras do século XIX, em que as cartas constituíam a tessitura do romance.
IV. A troca de e-mails em “The boy next door” assume a função dos diálogos, o que demostra a necessidade de atualização da linguagem no meio digital.

É correto o que se afirma em:
Alternativa 1: I e III, apenas.
Alternativa 2: I e IV, apenas.
Alternativa 3: II e IV, apenas.
Alternativa 4: II e III, apenas.