'Véu também é liberdade': a vida de uma muçulmana feminista no Brasil Dana Albalkhi, 27, veste uma jaqueta de couro, brincos dourados de bolinha e jeans quando encontra a reportagem da BBC Brasil. Formada em literatura inglesa, ela dá aulas num colégio particular de São Paulo e quer voltar a estudar. Sozinha no Brasil, onde chegou há três anos, fez vários amigos brasileiros, e sente saudades da família que deixou na Síria. Dana é muçulmana, mas sua religião - e o véu florido que usa sobre a cabeça - não são o que melhor a definem. Dana explica que o uso do hijab está previsto no Alcorão. Por manter sua escolha, a síria já foi chamada de mulher-bomba, ouviu piadas sobre Alá e teve atendimento recusado em uma loja. Também há preconceito no mercado de trabalho. "Quando faço entrevista, eles escolhem quem não usa véu. Por motivos de segurança, podem me passar por centenas de aparelhos, tudo bem. Qualquer mulher pode colocar uma bomba na bolsa. Terrorismo não está ligado com vestimenta, mas com uma ideologia doente." [...] Os relatos da mulher síria permitem exemplificar A o absoluto caráter receptivo do Brasil. B as ideias generalistas sobre o Oriente Médio. C a uniformidade ideológica dos países islâmicos. D a ausência de protagonismo feminino na Síria. E a ausência de machismo nas sociedades orientais.