O Sistersinspirit.ca facilita a busca por soluções para todas as suas perguntas com a ajuda de uma comunidade ativa. Obtenha soluções rápidas e confiáveis para suas perguntas de uma comunidade de especialistas experientes em nossa plataforma. Explore nossa plataforma de perguntas e respostas para encontrar respostas detalhadas de uma ampla gama de especialistas em diversas áreas.

Para responder a questão, leia atentamente o trecho a seguir:

— Imagine que você não sabe nadar e matricula-se num curso de natação — diz Irene.— Na primeira aula, você e todos os demais alunos são jogados dentro do lado fundo da piscina. Aqueles que já souberem nadar conseguirão se salvar e prosseguirão no curso. Os que não souberem, terão que se debater até chegar à beira da piscina e serão mandados embora. Outros, quem sabe, até morrerão afogados.

— É um método de ensino completamente absurdo! — diz Emília.

— Não é mesmo? — reitera Irene. — Mas é assim que acontece na nossa escola. Nosso sistema educacional valoriza aquelas crianças que já chegam à escola trazendo na sua bagagem linguística o português-padrão e expulsa as que não o trazem. Isso é uma grande injustiça, como disse a Vera, porque é exatamente esse português-padrão que deveria ser ensinado na escola, porque ele permite que o aluno originário das classes sociais desfavorecidas se apodere de um recurso fundamental em sua luta contra as desigualdades sociais, tão profundas em nosso país. O domínio da norma-padrão certamente não é uma fórmula mágica que vai permitir ao falante "subir na vida" automaticamente. Mas é uma forma que esse falante tem de lutar em pé de igualdade, com as mesmas armas, ao lado dos cidadãos das classes privilegiadas, para ter acesso aos bens econômicos, políticos e culturais reservados às elites dominantes. Por isso devemos brigar pela efetiva distribuição democrática da riqueza linguística, assim como devemos brigar também pela distribuição democrática de tudo mais: terras, empregos, saúde, moradia, transporte, lazer, cultura, educação... Como é fácil ver, trata-se de um problema muito amplo e complexo, que tem relação com a transformação radical do tipo de sociedade em que vivemos, e não somente com a alteração dos métodos pedagógicos do sistema educacional.

(BAGNO, Marcos. A Língua de Eulália: novela sociololinguística. São Paulo: Contexto, 2010).

Diante da conjuntura exposta no trecho da novela de Marcos Bagno, compreende-se que, de um lado, não podemos ignorar o fato de que a norma culta é uma exigência para o mercado de trabalho; de outro lado, precisamos também refletir sobre o fato de que grande parte da população brasileira tem dificuldades com a escrita formal.

Nesse sentido, podemos afirmar que:

Opções de pergunta 5:

a)

a questão da norma culta tornou-se um problema de ordem social que extrapola a questão linguística.


b)

a norma culta é o único meio de comunicação efetivo entre falantes de uma mesma língua.


c)

é necessário alterar o sistema educacional como um todo para que a aprendizagem da norma culta seja uma prioridade absoluta.


d)

a ideia de prestígio social relacionada à norma culta permite a ascensão social de qualquer pessoa, independentemente de sua origem.


e)

linguistas e professores do ensino básico são responsáveis por ensinar a norma culta como única manifestação escrita existente.


Sagot :

Conforme é apresentado no texto, sabe-se que a utilização da norma culta não representa unicamente um fator linguístico, mas também, associa-se à questões sociais.

O autor do texto explicita que, por meio da adoção da norma culta, indivíduos oriundos de classes sociais menos privilegiadas, podem disputar no campo profissional com aqueles que tiveram privilégios educacionais no decorrer da vida. Assim, assinala-se a letra A como correta.