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Sagot :
Resposta:
Um ditado popular muito conhecido é “Quem chega primeiro bebe água limpa! E como muitos ditados populares, esse também traz muitos elementos para reflexão. Eu te convido a passear por esse tema e desbravarmos juntos esses conhecimentos escondidos nos ditados populares.
A provável origem deste ditado é desconhecida, provavelmente árabe-oriental ou européia. A versão que tomei conhecimento foi do período do tropeirismo no Brasil no século XXII e XXIII. Onde o transporte de animais e mercadorias acontecia por rotas mais ou menos bem definidas, principalmente entre o sul e sudeste do Brasil. Nesses caminhos haviam pontos com fontes de água ou riachos espraiados onde os tropeiros matavam sua sede e reabasteciam seus cantis com água limpa. Após os humanos se satisfazerem, liberavam o local para os animais, cavalos e mulas, beberem água. E aí, além do pisoteio, alguns animais urinavam e até defecam nessas águas. Agora imagine um tropeiro que ficou para trás, se atrasou pelo caminho, quando chegava encontrava a água imprópria para o consumo, e daí, muito provavelmente vem o ditado que conhecemos hoje “quem chega primeiro, bebe água limpa”.
“Quem chega primeiro bebe água suja!”
Adaptando esse ditado a tempos mais modernos, e não considerando apenas a exploração de recursos naturais disponíveis, e ainda, nos permitindo o pensamento criativo podemos mudar o ditado para “quem chega primeiro bebe água suja!” Imagine a cena, ainda agrícola de um produtor rural que cansado de encontrar sua fonte de água suja ou longe da sua residência, resolve perfurar um poço de água perto da sua casa. Após muito suor e trabalho duro perfurando a terra com uma pá, encontra o lençol freático. Encontra água. Aprofunda ainda mais o poço para ter uma boa coluna de água, e pronto. Trabalho feito. Mas para quem já furou um poço, ou conhece o processo, sabe que essa água é “suja”, ou seja, a água contém grande quantidade de solo em suspensão, e, é preciso esperar essas partículas se decantar, e mesmo assim antes de conseguir água boa e limpa, por alguns dias ou até semanas essa água terá gosto de terra, como para lembrar todo esforço que foi preciso empreender para consegui-la.
Nos dias de hoje, e refletindo sobre essas duas versões do conhecido ditado, penso que primeiro é o desejo quase obsessivo de muitos empreendedores, chegar a sua fonte de água limpa primeiro e desfrutar, focar no ganho financeiro a curto prazo e não se preocupar com a sustentabilidade do seu negócio. Mas há uma segunda opção, que é desbravar mercados, introduzir novos produtos, criar novos serviços. Mas tudo isso requer muito trabalho, empenho, dedicação e persistência do empreendedor, que muitas vezes desiste dessa opção por saber que terá que tomar muita “água suja”, mas esquece que uma vez que essa água ficar limpa com o tempo, permanecerá limpa e protegida pelo poço por muito tempo, sendo uma fonte produtiva e segura de água limpa. E para seguir a mesma analogia, uma fonte de recursos financeiros bem mais sustentável a longo prazo.
E você? Está correndo por todos os cantos, sem rumo, tentando chegar primeiro numa fonte de água limpa, ou está cavando seu poço, devagar mas determinado a garantir sua água limpa e protegida por muito mais tempo?
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