Tirar Inês ao mundo determina, Por lhe tirar o filho que tem preso, Crendo co sangue só da morte ladina Matar do firme amor o fogo aceso. Que furor consentiu que a espada fina, Que pôde sustentar o grande peso Do furor Mauro, fosse alevantada Contra hûa fraca dama delicada?Traziam-na os horríficos algozes Ante o Rei, já movido a piedade; Mas o povo, com falsas e ferozes Razões, à morte crua o persuade. Ela com tristes e piedosas vozes, Saídas só da mágoa e saudade Do seu Príncipe e filhos, que deixava, Que mais que a própria morte a magoava,Pera o céu cristalino alevantando, Com lágrimas, os olhos piedosos ( Os olhos, porque as mãos lhe estava atando Um dos duros ministros rigorosos); E despois, nos mininos atentando, Que tão queridos tinha e tão mimosos, Cuja orfindade como mãe temia, (…)ó tu, que tens de humano o gesto e o peito (Se de humano é matar hûa donzela, Fraca e sem força, só por ter sujeito O coração a quem soube vencê-la), A estas criancinhas tem respeito, Pois o não tens à morte escura dela; Mova-te a piedade sua e minha, Pois te não move a culpa que não tinha.(…)Tais contra Inês os brutos matadores, No colo de alabastro, que sustinha As obras com que Amor matou de amores Aquele que despois a fez Rainha, As espadas banhando e as brancas flores, Que ela dos olhos seus regadas tinha, Se encarniçavam, fervidos e irosos, No futuro castigo não cuidosos.”Após a leitura dos trechos e da saga da personagem icônica destacada acima, Inês de Castro, podemos considerar que: A) A personagem encontra seu amado com o objetivo de sanar a saudade. B) A personagem está presa, sentenciada à morte. C) A personagem é uma traidora da pátria. D) A personagem enfrenta problemas de saúde graves que, inevitavelmente, a levará à morte.