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Texto para a questão.

Queixumes do pastor Elmano contra a falsidade da pastora Urselina

Seu manto desdobrava a noite escura,
E a rã no charco, o lobo na espessura
Vociferando, os ares atroavam;
Do trabalho diurno já cessavam
Os rudes, vigorosos camponeses:
O vaqueiro, cantando atrás das reses,
Após as cabras o pastor cantando,
Iam para as malhadas caminhando;
Tudo jazia em paz, menos o triste,
O desgraçado Elmano, a quem feriste,
Ó pernicioso Amor, cruel deidade,
Flagelo da infeliz humanidade:
Tudo enfim descansava, exceto Elmano,
Que a mão do Fado, universal tirano,
Sentia sobre si descarregada;
Que, longe da paterna choça amada,
Dependente vivia em lar estranho
Sendo os desgostos seus o seu rebanho.
[...]

BOCAGE. In: BOCAGE. Os amores (poemas escolhidos). São Paulo: Círculo do Livro, [s.d.]. p. 113.

Espessura: mata espessa; floresta.
Reses: plural de rês, gado bovino.
Malhadas: currais.
Deidade: divindade.
Fado: destino

Segundo o narrador, o rebanho de Elmano se diferencia dos outros pastores e vaqueiros. Por quê?


Sagot :

A partir da leitura e interpretação do poema, é correto afirmar que o rebanho e Elmano é diferente dos demais, pois ele não retirava o seu próprio gado ao anoitecer para dormir e descansar.

É possível inferir que o gado do pastor Elmano ficava ao relento, sob os perigos de outros animais atacarem, como os lobos , que poderiam trazer um triste destino para o gado que ali permaneceria.

A infeliz humanidade que o poema fala está nesta ação de Elmano.