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Sagot :
Resposta:O problema com a maioria das discussões sobre economia e política é a insistência nos rótulos. O rótulo per se não é um problema. A dissociação entre rótulo e conteúdo, sim. O uso de termos como neoliberal, fascista, golpista, comunista e afins é uma das armas preferidas nas batalhas tribais. É assim que as palavras se tornam cascas, vazias de significado.
Dentre esses tantos termos saturados entre os minions, escolho dois que nem foram citados anteriormente: capitalismo e comunismo. Você, crítico das mazelas do capitalismo selvagem! Consegue me explicar de onde ele veio? Sim? Qual a origem do capitalismo? Apostaria sua vida nisso? Adianto que eu não o faria, é tolice. O capitalismo é uma força da história. E você? Alarmista da ameaça comunista? O que é comunismo? Sua vida vale tal resposta? Não é possível que uma ideia seja explicada sem sequer compreendê-la.
Sobre a primeira pergunta, o debate é intenso e foi até batizado: polêmica Dobb-Sweezy. Inúmeros acadêmicos se debruçaram sobre a questão. Um deles, Maurice Dobb, explicou a queda do feudalismo e a ascensão do capitalismo através das “relações internas” que sustentavam o sistema feudal enquanto modo de produção.
Simplificando, o importante era a soma das relações entre todo mundo que resultava naquele modo de vida. Ao longo do tempo essas relações foram mudando, assim, o modo de vida também mudou. Tinham os senhores e os servos, toda aquela história. Vários fatores se combinaram e contribuíram para essa mudança, por exemplo:
economia centrada nos senhores;
extravagâncias da nobreza;
necessidade crescente de recursos para guerras;
aumentos de impostos;
ausência de tecnologia e produtividade baixa;
Contudo, isso não aconteceu de uma hora para outra, muito menos de forma igual em todas as regiões da Europa. Sim, amigão. Europa. Tempo e lugar importam, porém, geralmente você não considera esses fatores na sua papagaiada das redes sociais, não é? O capitalismo não chegou com o pé na porta, houve um período de transição entre feudalismo e capitalismo.
O outro lado da polêmica, representado por Paul Sweezy, faz apontamentos diferentes. A característica central do feudalismo seria o objetivo da produção: consumo próprio. Sendo assim, os recursos e os incentivos para o comércio e a criação e expansão de mercados eram consideravelmente reduzidos. É importante ressaltar que o mercado aqui não essa entidade megalomaníaca que você fala, tá certo?
Quando ler essa palavra, pense em duas pessoas: uma quer comprar e a outra quer vender. Elas se encontram, conversam, fazem negócios e fim de papo. Se você não é PhD em sociologia pela Sorbonne, deixe essa discussão de exploração do capital pra depois. Retomando, a derrocada do feudalismo e o triunfo do capitalismo, na visão do Sweezy, foi uma combinação de fatores externos, por exemplo:
difusão do comércio de longa distância;
ressurgimento dos grandes centros urbanos;
ascensão da “figura” do comerciante na sociedade;
Daí em diante é história, certo? Errado. O debate se estendeu, passou por inúmeras especifidades e discordâncias entre os dois. Muitos acadêmicos contribuíram para ambos os lados, outros se dedicaram a avaliar e sintetizar a discussão. O negócio tá rolando até hoje.
“Diante da atual crise do sistema capitalista global […]”
Explicação:
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