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1 - Caracterize o folclore brasileiro.
2- Defina a arte folclórica.
3- Qual a função da arte folclórica?
4- De exemplos de arte folclórica.

Sagot :

Resposta:

O estudo do folclore passou a ser visto como uma forma de valorizar a cultura nacional. No século XIX, autores como Amadeu Amaral e Sílvio Romero tiveram importante papel na consolidação desse estudo. No começo do século XX, outros nomes, como os de Mário de Andrade e Arthur Ramos, ganharam notoriedade nesse campo do conhecimento.

A importância de Mário de Andrade no fortalecimento dos estudos sobre o folclore brasileiro foi reforçada na década de 1930, quando ele esteve à frente do Departamento de Cultura do Estado de São Paulo. Os estudos desenvolvidos começaram a aproximar o estudo do folclore com campos das ciências humanas e sociais.

Na década de 1940, a Unesco, entidade vinculada à ONU, recomendou o estudo e preservação do folclore nacional, e isso teve grande influência no Brasil, resultando na criação da Comissão Nacional de Folclore, em 1947. O crescimento do estudo do folclore levou à organização do I Congresso Brasileiro de Folclore, no Rio de Janeiro, em 1951.

Por meio desse congresso, foi debatido o que era folclore e o que deveria ser considerado como parte do folclore brasileiro. O documento emitido por esse congresso ficou conhecido como Carta do Folclore Brasileiro e norteou os debates e os estudos sobre folclore durante as décadas seguintes.

De acordo com esse documento, ficou estabelecido que o estudo do folclore era parte das ciências antropológicas e culturais. Além disso, definiu-se o folclore como “as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular” e que os elementos que formam o folclore (chamados de “fato folclórico”) possuíam algumas características, como aceitação coletiva e origem popular|1|.

Em 1958, durante o governo de Juscelino Kubitschek, foi criada a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (CDFB) por meio do Ministério da Educação e Cultura. O objetivo dessa campanha, obviamente, era garantir a preservação do acervo folclórico brasileiro. A década de 1960 contou com a Revista do Folclore Brasileiro como grande difusora dos estudos realizados na área.

O golpe militar de 1964 acabou sendo um banho de água fria no crescimento dos estudos sobre o folclore do Brasil. Institucionalmente, as ações e estudos realizados nessa área pela CDFB foram interrompidos pela ditadura e só foram retomados a partir de 1976. O símbolo da repressão que se iniciava com a ditadura e que foi direcionado contra a CDFB (mas não somente contra ela) foi o fechamento do prédio em que ela estava localizada. Na porta do prédio, constava o cartaz com os dizeres: “fechado por ser um antro de comunistas”|2|.

A partir da década de 1990, os estudos sobre folclore ganharam novo fôlego no Brasil. Um grande marco foi o VIII Congresso Brasileiro de Folclore, que aconteceu em Salvador, em 1995. Baseando-se na Carta do Folclore Brasileiro, de 1951, esse congresso emitiu um novo documento com atualizações importantes.

Desde então ficou definido que “folclore é o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas individual ou coletivamente, representativo de sua identidade social”|3|. Outra determinação importante foram as garantias de preservação do patrimônio folclórico dadas pela Constituição de 1988, em seus artigos 215 e 216.

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