Fim da escravidão. Migrações e imigrações. A aurora do regime republicano dava-se em meio a trans-
formações demográficas e sociais, que liberavam populações e franqueavam novos destinos geográ-
ficos às esperanças de sobrevivência de muitos velhos e novos brasileiros. Mutações difíceis, todavia.
As grandes cidades surgiam no horizonte como o espaço das novas possibilidades de vida, do esqueci-
mento das mazelas do campo, da memória do cativeiro.
Novos habitantes, vindos das antigas senzalas e casebres do interior do país ou dos portos estrangei-
ros, somavam-se aos antigos escravos, forros e brancos pobres que já inchavam as cidades imperiais, e
junto a eles aprenderiam a sobreviver na instabilidade que marcaria suas vidas também em seu novo há-
bitat. Movimentar-se-iam, todos eles, pelas ruas alvoraçadas em busca de empregos e de tetos baratos
para abrigar-se, num deslocamento contínuo que fundia vivências, experiências, tensões – e espaços.
1 – Segundo o texto, quem eram os novos habitantes das cidades? E o que eles procuravam?
2 – Analise o trecho “esperanças de sobrevivência de muitos dos velhos e novos brasileiros”associando-o
à situação da população negra no Brasil do início do século XX.