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qual foi o objetivo da invenção da politica?​

Sagot :

Resposta:

chatajdnenxhdgwosjeje

Explicação:

Nós e eles. O interior e o exterior. O amigo e o inimigo. De um lado, a paz (idealmente); de outro, a guerra (pré-concebida) – o que, se define a comunidade como tal, ainda não a define politicamente. Do contrário, para que crenças, mitologias, ideologias? Tudo isso que prova que, em política, não há “peixe dentro d’água”; antes, esforço e coerção. Eis o paradoxo mesmo, aliás: o pertencimento político à sociedade, que deveria ser natural, pressupõe, entre outros fatores, a coerção, como se necessária fosse uma segunda natureza. Mais: ela traz, em seu coração, a questão do poder – assim como deve ser para que tal sociedade continue existindo.

Daí que, mesmo sendo os homens sociáveis, é preciso forçá-los a entrar em sociedade, a acomodar-se em meio a seus semelhantes.

Contraditória essência, que impede de concluir se o político define-se pelo laço social ou pelo mando, conceitos presentes em todas as obras de filosofia política, seja, nelas, o mando um bem ou um mal (necessário). É isso ou uma sociedade em que entre ela e o poder houvesse uma fusão. Ou seja: em que a totalidade regulasse sua própria existência.

Ora, há sentido nisso?

Isso, ao menos, já aconteceu?

Sim. E duas vezes. Na Grécia clássica e no Brasil pré-cabralino. A começar por este.

Bem, o chefe indígena. Por mais presente que fosse, não agia por meio da coerção. Isso porque a função de tal chefe era apaziguar querelas, regular discórdias, nunca por meio da força, mas da influência, equidade e palavra.

Segundo Pierre Clastres, “a propriedade essencial desse tipo de sociedade é exercer poder absoluto sobre tudo que a compõe, ou seja, coibir a autonomia de qualquer um dos subconjuntos que a compõem, de modo a manter todos os movimentos internos que alimentam a vida social, conscientes e inconscientes, dentro dos limites e da direção desejada pela sociedade”.

Já na Atenas clássica – que data do século V a.C. –, vigia a democracia. Muito diferente da que se pratica hoje, inclusive nos atributos comuns entre ambas, que são a soberania do povo e a igualdade política, ela não se realizava por meio da representação, mas imediatamente, isto é, na Assembleia do Povo, onde qualquer cidadão podia pronunciar-se, debater e votar.

E quanto à máquina estatal? Ou seja: os magistrados, os membros do conselho e dos tribunais populares. Eles eram eleitos por sorteio, um mecanismo menos irracional do que parece; afinal, os candidatos não só eram voluntários como submetidos a exames acerca das virtudes cívicas.

Assim, o grego de então aprendia tanto a governar quanto a ser governado, assim como notou Aristóteles.

Enfim, se nenhuma sociedade inventou a vida política, as duas sociedades em questão inventaram, por meios bem diversos, o político, isto é, a fusão entre comunidade e poder