Texto 1: Entendi então que de qualquer modo, viver é uma grande bondade para com os outros. Basta viver, e por si mesmo isto resulta na grande bondade. Quem vive totalmente está vivendo para os outros. quem vive a própria largueza está fazendo uma dádiva, mesmo que sua vida se passe dentro da incomunicabilidade de uma cela. Viver é dádiva tão grande que milhares de pessoas se beneficiam com cada Vida Vivi. JISPECTOR Clance A paixão segundo GH Rio de Janeiro Roorn 2009 P 168-169
Texto 2:
Porque escrevo? Antes de tudo porque captei o espírito da lingua e assim às vezes a forma é que
faz o conteúdo. Escrevo, portanto, não por causa da nordestina, mas por motivo grave de "força
maior" como se diz nos requerimentos oficiais, por "força da lei". Sim, minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também
sou o escuro da noite.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 18.
Texto 3:
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo
tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como
o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.
LISPECTOR, Clarice. Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995. p. 28-29.
- Agora que leu os textos 1, 2 e 3
responda as questões a seguir: a) Com qual dos três textos você mais se identificou? Por quê?
b) Você acha fácil definir-se? Por quê? Como você se definiria?
c) No texto 3, a autora diz: "É curioso como não sei dizer quem sou." Por que você acha que ela disse isso? Por que ela acha curioso?
d) Agora responda: Quem é VOCÊ?