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Sagot :
Resposta:
1) Uso do poder político e social, especialmente por
parte do Estado, de forma a determinar, por meio
de ações ou omissões (gerando condições de risco
para alguns grupos ou setores da sociedade, em
contextos de desigualdade, em zonas de exclusão e
violência, em condições de vida precárias, por
exemplo), quem pode permanecer vivo ou deve
morrer. Quando o funcionamento do Estado
escancara a necropolítica como regime de governo
das populações, passamos a descrever a desordem
como ‘emergência’, ‘conflito armado’ ou ‘crise
humanitária’. Entre o poder de ‘fazer viver e deixar
morrer’, o racismo de Estado determinaria as
condições de aceitabilidade para quem vive e morre
2) A bem da verdade, o governo federal só saiu da
letargia e correu atrás de vacina porque o
governador de São Paulo largou na frente, deu a
pressão e fez acontecer a CoronaVac. Se não fosse
por isso, provavelmente estaríamos até agora sem
nenhuma perspectiva de imunizantes para a
população do Brasil. Agora, as ações – e omissões –
de Pazuello, e a condução dessa sua necropolítica,
serão objeto de um inquérito presidido pelo
Supremo Tribunal Federal, e conduzido pela Polícia
Federal, tamanho foi desastre experimentado até
aqui.Para Mbembe, a consciência ocidental do
negro é inseparável do tráfico de africanos
escravizados e do imperialismo, pois o racismo seria
necessário para legitimar tais mecanismos de
acumulação essenciais para o capitalismo. A própria
categoria “negro” teria sido forjada a fim de
justificar a utilização de vasta mão de obra na
produção para exportação, o que transformou a
escravidão americana em uma instituição
radicalmente diferente das formas africanas de
cativeiro. Uma característica essencial do domínio
europeu sobre o mundo seria, portanto, a
classificação do restante da humanidade como
inferior e anormal.O negro é, então, uma criação
europeia para representar “um vínculo de
submissão. No fundo, só existe ‘negro’ em relação a
um ‘senhor’”. Da mesma maneira, o branco não
passa de uma invenção fantasiosa que o Ocidente
buscou naturalizar através da concessão sistemática
de privilégios jurídicos e econômicos, da Virgínia
(EUA) na segunda metade do século 17 à África do
Sul do apartheid, continuando até o
presente.Embora reconheça a resistência perene
dos escravizados e colonizados, Mbembe concentra-
se nos intelectuais negros que, a partir do século
19, refletiram nos EUA, no Caribe e na África sobre
suas lutas contra a escravidão, a segregação e o
colonialismo, proclamando orgulhosamente o seu
pertencimento à humanidade. Nessa visão, a
categoria negro passaria a simbolizar a luta pela
liberdade, em razão de seu protagonismo em um
combate no qual todos poderiam (e deveriam) se
reconhecer.Para Mbembe, o limite dessa
consciência estaria na ausência de questionamento
da ficção racial ou da ideologia da diferença
cultural, abraçando-as para defender sua própria
especificidade e o valor de suas contribuições para a civilização
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