Durante a década de 80, notou-se, ainda, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, esforços isolados, principalmente de professores universitários, que se dedicaram ao ensino da Ética nos Negócios em faculdades de Administração, e em programas de MBA (Master of Business Administration). Os anos de 1990 caracterizaram-se por uma ampliação do escopo da ética empresarial, universalizando o conceito. Ao final da década de 90, alguns desafios puderam ser identificados. A ética deve ser vivida numa enorme variedade de ambientes empresariais, em que a importância do clima moral pode diferir de país para país. Além disso, abordagens não ocidentais demandam forma apropriada de aplicação da ética. Alguns temas específicos de ética empresarial se delinearam, como um foco de preocupação internacional, nesse fim de década e de século: a corrupção, a liderança e as responsabilidades corporativas.
No que tange à ética empresarial no Brasil, em São Paulo, a Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN), primeira faculdade de administração do país, fundada em 1941, privilegiou o ensino da ética nos cursos de graduação desde seu início. Em 1992, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) sugeriu formalmente que todos os cursos de administração, em nível de graduação e pós-graduação, incluíssem em seu currículo a disciplina de ética.
Algumas pessoas exercem influência ética sobre outras, orientam sua conduta e são capazes de conduzi-las. São os líderes. O líder ético faz com que seus seguidores o sigam com liberdade e bom senso, e não por medo. Uma primeira abordagem ética explica a liderança como o esforço por conjugar a razão e o sentimento visando ao bem e à justiça. Deduz-se que o bom líder vê sua atuação como um serviço, algo que ajude e melhore os demais seres humanos. Para isso, deve pôr em ação virtudes e valores.
ARRUDA, M. C. C. de; WHITAKER, M. do C.; RAMOS, J. M. R. Fundamentos de ética empresarial e econômica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009 (adaptado).
Diante disso, julgue as afirmações a seguir a respeito de situações e/ou exemplos de atuação de empresas e/ou pessoas no que tange à ética empresarial.
I. Rita é uma das diretoras de uma grande empresa na cidade de São Paulo. O sócio proprietário dessa organização entende que condutas e estilos tendem a ser copiados, servindo de referência e solidificando a cultura da organização. Dessa forma, convocou uma reunião com Rita e demais diretores para que pudessem debater alguns pontos de suas lideranças, dentre eles, algumas atitudes que interferem na imagem ética de cada um dos diretores, como a forma de falar, de ponderar com objetividade, profissionalismo, respeito às pessoas, transparência etc.
II. Adriana é uma cidadã que está sempre atenta a seus direitos e deveres. Devido a um surto de gripe que vem aterrorizando sua cidade, a população passou a comprar de maneira significativa um produto em específico: o álcool em gel, muitas vezes até estocando-o em casa. Com isso, Adriana notou um caso de abuso na administração do preço desse produto em determinada farmácia de sua cidade, denunciando o caso ao PROCON, Órgão de Proteção e Defesa ao Consumidor, pois identificou o ato como uma falta de ética por parte do então comerciante.
III. Luciano é representante comercial de uma empresa que revende produtos pessoais e higiênicos de diversas marcas. Ele tem notado determinadas atitudes em alguns de seus colegas que, apesar de não concordar, se sente incapaz de modificar tais atitudes sem prejudicar-se dentro da empresa. Luciano observou que um de seus colegas, o vendedor Paulo, a partir da sua preocupação em cumprir metas, convenceu um potencial comprador em adquirir um sobre-estoque de determinado produto perecível desnecessariamente. Luciano considera a atitude de Paulo antiética.
Com relação à ética empresarial, é correto o que se afirma em
A)
I e II, apenas.
B)
II e III, apenas.
C)
I, II e III.
D)
III, apenas.
E)
I, apenas.