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Sagot :
Resposta:
Depois de 13 de maio de 1888, passadas as comemorações, os libertos procuraram se firmar socialmente como pessoas livres. Nas áreas rurais, negociaram com os senhores sua permanência nas fazendas em troca de salário, do direito de ter a própria roça e de um tratamento digno.
Muitas vezes, porém, ao ver que o tratamento dispensado a eles continuava o mesmo, os libertos ocupavam terras abandonadas, onde cultivavam mandioca e criavam animais. Ou então se mudavam para as cidades em busca de uma vida melhor. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, alguns conseguiam se empregar nas fábricas que surgiam; outros, porém, continuavam desempregados, pois a maioria dos empregos estáveis era dada a imigrantes europeus, preferidos pelos empresários daquela época por sua cor e origem. Outros ainda viviam de fazer “bico” em troca de pouco dinheiro.
Além de lutarem por emprego, moradia e salário, os libertos tinham de enfrentar o racismo e a violência policial, que os impediam de circular livremente pelas ruas ou de praticar suas religiões. Nesse contexto, surgiu a imprensa negra.Antes e depois da Abolição, a comunidade negra nunca deixou de lutar por direitos, criando jornais próprios: a chamada imprensa negra.
Segundo o historiador Flávio Gomes, os primeiros periódicos editados por negros são do final do século XIX. O Treze de Maio (1888), A Pátria (1889), O Exemplo (1892), que circulou em Porto Alegre, foram alguns deles. Depois vieram vários outros, como O Baluarte (1903), A Pérola (1911), O Menelick (1915), O Alfinete (1918), O Kosmos (1922) e O Clarim da Alvorada (1924).
Nas primeiras décadas do século XX, o tema predominante desses jornais era a denúncia do racismo, da falta de oportunidades e da violência experimentada pela população negra brasileira. Esses jornais publicavam também matérias sugerindo comportamentos à população negra, estimulando sua autoestima e valorizando suas formas de associação e participação política. Além disso, homenageavam personalidades negras, a exemplo de Luís Gama e José do Patrocínio, elevando-as ao estatuto de heróis, e também divulgavam os bailes e salões onde se permitia a entrada de negros.
Os negros se encontravam em salões alugados para bailes, onde exibiam suas danças, elegância de gestos e modos que convinham aos “homens e mulheres de cor”, na linguagem da época. Esses espaços de lazer atraíam e uniam a comunidade negra. Era comum clubes brasileiros barrarem a entrada de negros, o que levou militantes a propor a criação de espaços de lazer reservados a negros.O ano de 1831 foi o ano da estreia de Nísia Floresta nas letras. [...] As reflexões sobre a condição feminina estavam [...] entre as primeiras que motivaram e levaram Nísia Floresta a escrever.
Em 1832, vem a público Direitos das mulheres e injustiça dos homens, assinado com o nome que tornará famosa a norte-rio-grandense: Nísia Floresta Brasileira Augusta.
Direitos das mulheres e injustiça dos homens foi inspirado na obra de Mary Wollstonecraft [Reivindicação dos direitos da mulher] – [...] de 1792 –, conforme ela mesma declarou [...]. A novidade é que, ao invés de simplesmente fazer uma tradução, Nísia [...] escreve um livro denunciando os preconceitos existentes no Brasil contra a mulher e desmistificando a ideia dominante da superioridade masculina.
Ao mesmo tempo em que constrói a defesa de seu sexo, ela denuncia e desmascara os artifícios masculinos de dominação. E indaga:
Se este sexo altivo quer fazer-nos acreditar que tem sobre nós um direito natural de superioridade, por que não nos prova o privilégio, que para isso recebeu da Natureza?
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