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Sagot :
A linguagem é uma das principais ferramentas de manutenção da vida social, pois é responsável pela comunicação e interação entre as pessoas. No entanto, também pode ter um impacto negativo e se tornar uma das ferramentas de isolamento social. O viés da língua no Brasil é muito óbvio, por isso é necessário entender que existem muitas variações da língua, uma das quais não deve ter mais prestígio que as outras.
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que embora todos os brasileiros falem o português, ele possui algumas particularidades no contexto da região, época, sociedade e história. Isso significa que o idioma está em constante mudança, independentemente da classe social ou do nível de escolaridade, o próprio falante é o responsável pela mudança. Nesse sentido, a gramática normativa e suas regras não devem ser ignoradas, pois é a base do suporte da linguagem, mas é o reconhecimento de que todas as mudanças são inerentes à linguagem.
Além disso, é claro que o fato de existirem variantes padrão desacredita outras variantes, criando assim um viés de linguagem. Esse preconceito - raramente discutido no Brasil - exacerbou ainda mais a desigualdade social no país, pois a linguagem está totalmente relacionada à estrutura e aos valores da sociedade, e os usuários das normas culturais são aqueles que possuem ensino superior e poder de compra. As pessoas que sofrem de discriminação linguística frequentemente têm problemas sociais e até psicológicos.
Portanto, é óbvio que a linguagem é o fator decisivo da exclusão social. Portanto, o preconceito de linguagem deve ser reconhecido e combatido. Em primeiro lugar, as escolas deveriam ter uma abordagem mais aprofundada deste assunto, para além do ensino de todas as variantes da língua existentes nos cursos de português. A mídia deve parar de estereotipar as pessoas com base na forma de falar e pode investir em campanhas que ajudem a desconstruir o preconceito linguístico. Afinal, ser um "bom" orador é falar sua própria língua.
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