“Criança não vê diferença, ela vê igualdade”, diz Ana Maria Machado
[...] Quando dezembro chegar, Ana Maria vai comemorar 80 anos de vida. Este ano também é importante porque ela acaba de lançar três novos livros [...]: “Igualzinho a Mim”, “A História que Eu Queria”, e “O Mesmo Sonho”. [...]
Esta é uma entrevista com Ana Maria Machado. Leia as perguntas e respostas abaixo. [...]
“O Mesmo Sonho” conta a história do menino Zeca, que quer entender como os sonhos acontecem, e combina de ter um sonho em comum com seus amigos. E “A História que Eu Queria”, fale um pouco dele.
Eu tinha ido a São Paulo, estava na sede da editora com minha amiga Ruth (a escritora Ruth Rocha), festejávamos 50 anos de carreira. Estávamos no elevador da editora, e duas moças que entraram estavam conversando sobre o dia em que a filha de uma delas descobriu o trabalho que ela tinha. E aí a menina falava para a mãe pedir para a editora fazer uma história de princesa, uma de não sei o quê mais. Fiquei com a ideia de cardápio de histórias na cabeça, sobre como as crianças pedem histórias. O livro é sobre repertório infantil, fantasia, criatividade. [...]
E o “Igualzinho a Mim”?
Este vinha comigo já há algum tempo. Primeiro, era uma história de uma ninhada de patinhos. Daí lembrei que já tinha o Patinho Feio, e eu mesma tinha escrito uma história de patinhos. [...] Foi quando descobri que ele seria em poesia, que ia ter métrica, aí saiu. Eu queria discutir a noção de que somos parecidos. A criança vê isso, que a gente é igual, mesmo sendo diferente. [...]
Ana, você contou que lia jornal desde pequena. Qual a importância de crianças lerem jornais, na sua opinião?
Em casa tinha vários jornais diferentes, [...] e eu conhecia um por um pelo logotipo. Depois, fui reconhecer pela repetição das letras. [...] Quando eles perceberam, eu estava lendo, e a noção é de que ninguém tinha me ensinado. [...] Eu acho que é muito importante ter jornal e a criança se acostumar, porque o jornal é diferente do noticiário da TV, que a gente tem que tomar conhecimento no horário deles, o jornal está ali durante o dia todo, você pode chegar e ler quando quiser. [...]
Nesse texto, há uma opinião no trecho:
“E aí a menina falava para a mãe pedir para a editora fazer uma história de princesa...”.
“Fiquei com a ideia de cardápio de histórias na cabeça, sobre como as crianças pedem histórias.”.
“Daí lembrei que já tinha o Patinho Feio, e eu mesma tinha escrito uma história de patinhos.”.
“Foi quando descobri que ele seria em poesia, que ia ter métrica, aí saiu.”.
“Eu acho que é muito importante ter jornal e a criança se acostumar, porque o jornal é diferente do noticiário da TV,...”.