O SOCORRO
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro era cavar. Mas, de repente, na distração do oficio que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: - "O que é que há?"
O coveiro então gritou desesperado: "Tire-me daqui, por favor. Estou com um fio terrível! - Mas, coitado!" condoeu-se o bêbado - "Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!" E pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo
6- O que faz esse texto ficar engraçado?
a) O bêbado ter imaginado que o coveiro era um morto e jogar terra para
b) O coveiro ficar cavando e sentir frio durante a madrugada.
c) O homem ficar sentado no fundo enrouquecido de tanto gritar. d) O homem ter cavado demais e ficar preso no buraco.