Trecho do Livro Pequeno Manual Antirracista
Quando criança, fui ensinada que a população negra havia sido escrava e ponto, como se não tivesse
existido uma vida anterior nas regiões de onde essas pessoas foram tiradas à força. Disseram-me que a
população negra era passiva e que "aceitou" a escravidão sem resistência [...]. No entanto, essa era a
história contada do ponto de vista dos vencedores [...]. O que não me contaram é que o Quilombo dos
Palmares, na serra da Barriga, em Alagoas, perdurou por mais de um século, e que se organizaram vários
levantes como forma de resistência à escravidão, como a Revolta dos Malês e a Revolta da Chibata. Com
o tempo, compreendi que a população negra havia sido escravizada, e não era escrava - palavra que
denota que essa seria uma condição natural, ocultando que esse grupo foi colocado ali pela ação de
outro. (RIBEIRO, Djamila, 2019, p. 7 e 8).

A autora Djamila Ribeiro destaca o Quilombo dos Palmares, a Revolta dos Malês e
a Revolta da Chibata para exemplificar alguns movimentos de resistência à
escravidão.

Sobre esses movimentos, assinale a alternativa INCORRETA. *

A) A Revolta da Chibata ocorreu em 1910, no Rio de Janeiro, e foi liderada pelo almirante
João Cândido que, em conjunto com outros marinheiros negros, pretendiam extinguir
os castigos corporais e melhorar as condições de vida nas embarcações da Marinha
brasileira.

B) Os três movimentos mencionados por Djamila ocorreram na região Nordeste, região
esta que tem a maior população negra do Brasil e, por isso, foi palco de grandes
revoltas relacionadas ao racismo.

C) A Revolta dos Malês, ocorrida em 1835, em Salvador, foi um movimento que
contribuiu para o enfraquecimento do sistema escravista e estava relacionado com a
libertação de todos os escravos africanos de origem mulçumana já que sofriam com
discriminação racial.

D) O Quilombo dos Palmares (Alagoas) diz respeito ao maior, mais duradouro e mais
organizado refúgio de negros escravizados das Américas. O líder do Quilombo, Zumbi
dos Palmares, morreu em 20 de novembro de 1695 (data reconhecida como Dia
Nacional da Consciência Negra).​