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José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta
Era uma vez um menino chamado João, que vivia com sua mãe num casebre bem longe da cidade.
Eles eram pobres, muito pobres, pobres de dar dó.
Só o que tinham era uma vaca, e viviam de vender seu leite. Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota.
Então a mãe de João disse;
Meu filho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou. Vá até o mercado e veja se alguém quer comprá-la.
João pegou o animal pelo cabresto e foi até a cidade. Porém, antes que chegasse lá, um homem de cavanhaque lhe perguntou:
Ei, garoto, não quer trocar essa vaca por um grão de feijão?
Rá, rá, essa é boa. O senhor pensa que eu sou bobo?
Mas é feijão mágico.
Mágico?
Não vou contar o que ele faz, senão estraga a surpresa. Mas é só você plantá-lo numa noite de lua cheia e no dia seguinte vai ver o que acontece.
João achou que era melhor ter um feijão mágico do que dinheiro, e assim trocou sua vaca com o homem de cavanhaque.
O menino voltou para casa todo feliz, achando que tinha feito um ótimo negócio. Porém, quando sua mãe viu o feijão, ficou muito triste.
Você trocou nossa vaquinha por isso? Agora vamos morrer de fome...
Não! Este feijão é mágico!
Não existe mágica no feijão. Você foi enganado, João. Desapontada, ela atirou o grão pela janela.
Mas, por uma grande coincidência, naquela noite houve uma bela lua cheia.
Quando João acordou na manhã seguinte, viu que um enorme pé de feijão tinha crescido no seu quintal. Era tão alto que passava das nuvens!
O garoto não pensou duas vezes e começou a subir pela planta para ver o que tinha lá em cima.
-
Depois de passar pela última nuvem, avistou um castelo. Ele era muito grande, muitíssimo grande, muitíssimo grandíssimo! E tinha torres pretas bem pontudas.
João andou até o castelo e passou por baixo da porta como se fosse uma barata. Mal entrou, ouviu um barulho diferente: “glu-glu!”.
Olhando na direção do “glu-glu” ele viu uma enorme perua dentro de uma gaiola de ouro.
Então pensou: “Vou levar esta perua para casa. Assim, eu e minha mãe comeremos omeletes para sempre!”.
João ia abrir a gaiola quando o chão começou a tremer. Pou! Pou! Pou!
O menino se escondeu atrás de um malcheiroso cesto de roupas sujas e quase desmaiou ao ver um gigante na sala.
Para piorar, ele cantava assim:
Fi-fi-fa-fa, fi-fi-fó-fum, Mau como eu só existe um. Fi-fi-fa-fa, fi-fi-fó-fum, Mau como eu só existe um.
O gigante vinha todo contente, mas então torceu o nariz e fez “snif, snif, snif”
Sinto o cheiro de criança! Urrou ele.
Já chegava perto do cesto em que João se escondia quando, ploc, a perua botou um ovo. Só que não era um ovo comum. Era de ouro!
O grandalhão caminhou até a gaiola, pegou o ovo e guardou-o no bolso. Depois foi comer
seu almoço, que naquele dia foi um cavalo assado e, de sobremesa, cavalos-marinhos cobertos de chocolate.
Então ele abriu um baita bocejo e dormiu.
Quando o gigante começou a roncar, João abriu a gaiola e amarrou seu cinto no pescoço da ave.
Ele estava quase saindo do castelo, no entanto (sempre tem um “no entanto” nas histórias) a perua fez “glu-glu” bem alto.
O gigante acordou. E com muita raiva.
Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.
O menino saiu correndo com o animal e desceu deslizando pelo pé de feijão-preto como se ele fosse um escorregador beeeeeeem comprido.
Já o gigante teve que descer com calma pela planta, porque era meio desengonçado. Assim que chegou em casa, João gritou:
Mãe, vamos derrubar o pé de feijão-preto! Tem um gigante querendo me pegar!
O que você fez desta vez?
Entrei no castelo dele e roubei sua perua.
Você invade uma casa, rouba um bicho e ainda quer matar o sujeito?
Então a mãe de João segurou-o pelo braço e esperou que o gigante descesse. Aí disse para o grandalhão:
Senhor gigante, meu filho agiu muito mal. Por favor, nos desculpe. Isso não vai mais acontecer. Pode levar sua perua.
Ainda bufando de raiva, o gigante tomou a ave nos braços e pôs a mão num dos galhos do pé de feijão.
No entanto, antes de subir, pensou: “Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas
essa mulher preferiu fazer a coisa certa. Isto não acontece todos os dias. Acho que darei uma recompensa a ela.”
E, tirando o ovo de ouro do bolso, entregou-o à mãe de João.
Tome, faça o que quiser com isso.
Depois, sem dizer mais nada, voltou para seu castelo nas nuvens.
A mãe de João vendeu o ovo de ouro e comprou várias vacas (que davam leite) e galinhas (que botavam ovos de verdade).
Assim, o menino aprendeu uma lição e eles nunca mais passaram fome. Moral da história: Às vezes quem é bom não se dá mal.
TORERO, José Roberto & PIMENTA, Marcus Aurelius: ilustrações Jean-Claude R. Alphen. João e os 10 pés de feijão. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. p.5-6, 20-25.

Sagot :

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Resposta:Como eu respoldo respondo em perculdas?

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