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Nelsinho, meu querido.

Estou com muita saudade de você. Recebi as fotografias que você me mandou. Gostei mais daquela em que você aparece dirigindo, junto com o Marquinho. Puxa, como você está grande!
Vejo, pela foto, que seus pés quase já chegam ao acelerador!
Esta carta é para lhe contar o que está acontecendo comigo.
Eu viajei logo depois do Natal. Se lembra? Fui ao norte do Brasil, trabalhar.
Quando eu voltei, tive uma surpresa. Fui convidado pelo governo a contra algumas coisas que fiz. Por exemplo: eu dei algumas aulas sobre coisas que o nosso governo não gosta; contei algumas histórias que o nosso governo não gosta que se conte; e, finalmente, escrevi alguns livros que o nosso governo também não gostou. Aí, o governo me pediu que esclarecesse todas essas coisas. Bom, você já sabe que as pessoas têm de esclarecer coisas desse tipo é com um juiz. Eu te expliquei uma vez o que era um juiz – e acho que você mesmo já viu um na televisão. O juiz do governo faz a mesma coisa que o juiz de futebol: ele decide quem tem razão.
[...]
Nelsinho. Eu queria, agora, estar com você. Mas, aqui, onde estou esperando a decisão do juiz não é muito ruim. Vou te contar como é.
Nós mesmos fazemos nossa comida. Eu sei cozinhar, como você sabe, embora não tenha muita experiência. Jogamos bola na terça-feira, na quarta-feira e na sexta. Eu estou com as canelas cheias de calombos, porque sempre que vou fazer gol, aparece um “grosso” para me chutar. De dia, a gente lê, estuda e trabalha. Estou aprendendo a fazer porção de coisas bacanas: bolsas colares, canetas encapadas, chinelos etc. Agora, estou fazendo dois presentes para você. Não digo o que é. Será surpresa!!!
[...]
Agora, vou pedir uma porção de coisas a você:
1º) escreva para mim uma carta grande, contando muita coisa de você. Eu quero saber tudo sobre que você faz e pensa.
2º) nesta carta, mande os nomes dos seus principais amigos, pois tenho um presente para eles, mas preciso dos nomes deles.
3º) mande todas as fotografias que você puder. No meu quarto tem um lugar para cada pessoa colar seus retratos. Eu quero ter o maior número.
4º) mande alguns cadernos velhos seus, para eu ler e guardar.
5º) mande alguns desenhos seus, para eu decorar o nosso quarto aqui. Fiquei alegre de saber que você é poliglota. Eu também estou estudando inglês. Ouça este diálogo:
- Who are you?
- I am Mister Nelson.
- Who is Mister Nelson’s father?
- Mister Joel.
- Mister Joel. Do you like Mr. Nelson?
- Oh! Yes. I love much Mr. Nelson. He is my sun, my lovely sun. Do you understand, Mr. Nelson?
Nelson, não deixe de me escrever.
Dê um abraço bem forte em nossos amigos – Alexandre, Aquiles, Dudu e os outros (e Luciana e Ariel) cujos nomes agora não me lembro.
[...]
Dê lembranças à sua mãe; à sua avó; nos primos; no tio Arthur – diga que eu mandei um parabéns pelo filho que ele teve.
Dê o seguinte recado à sua mãe; que ela fique bastante tempo com você, na sua casa.
Venha me visitar, se puder.
Mil abraços e beijos do teu pai.
Joel. 12 / junho de 1973.

Quando você escrever, entregue a carta à sua tia Bena.
Outra vez, mais mil e duzentos beijos.
Não se esqueça das coisas que lhe pedi.


Joel Rufino dos Santos, Quando eu voltei, tive uma surpresa.


Essa carta foi publicada em um livro por Joel Rufino dos Santos, o próprio remetente e autor das cartas. Considerando o papel social do remetente, que é professor e historiador, a provável finalidade para publicação desse livro foi
(1 Ponto)

vender muitos livros que contam histórias reais na relação de pais e filhos.

tornar públicas as histórias vividas pelo autor em um momento de opressão.

mostrar para as pessoas a verdadeira relação do pai com seu filho.

compreender a relação estabelecida entre pai e filho distantes.

Sagot :

Resposta:

mostra para as pessoas a verdadeira relação do pai com seu filho.

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