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explique a globalização provocou na amazonia​

Sagot :

Resposta:

Giddens(1) ressalta um problema fundamental na atualidade planetária: a globalização. Segundo ele, “vivemos num mundo de grandes transformações, que afetam tudo o que fazemos. Para melhor e para pior, estamos a ser empurrados para uma ordem global que ainda não compreendemos na sua totalidade, mas cujos efeitos já se fazem sentir em todos nós” (p. 19). O fenômeno constitui a realidade e a percepção de indivíduos de cinco continentes, desafiando pessoas em todo o planeta com seus problemas e suas possibilidades.

O planeta adquiriu um novo status e transformou-se num território de todo o mundo. Com a globalização “[…] tudo se desterritorializa e reterritorializa. Não somente muda de lugar, desenraíza-se circulando pelo espaço, atravessando montanhas e desertos, mares e oceanos, línguas e religiões, culturas e civilizações. As fronteiras são abolidas ou tornam-se irrelevantes ou inócuas”(2).

O poder do Estado na Amazônia, com a globalização, tem concorrido para afastar pessoas de suas terras, desfiliar populações de seus hábitos, devastando costumes formados ao longo de gerações. Ao modificar a configuração de mundo dos atingidos pelos efeitos do paradigma da globalização, o Estado não reconhece minorias étnicas como agrupamentos autênticos, expurga grupos desalinhados com o sistema mercadológico de grandes metrópoles e desconfigura arcabouços culturais pertencentes a povos seculares, como tem acontecido com os indígenas.

Na Amazônia Legal, com o aumento populacional e a ocupação de “vazios demográficos” mediante o crescimento de três grandes centros urbanos existentes no bioma, Manaus/AM, Belém/PA e Cuiabá/MT, modos de produção foram fortalecidos de maneira negativa a partir da década de 1980. O ideal de exploração da floresta e da biodiversidade, incentivado pelo Estado, foi o estopim do processo. A comercialização de commodities (soja, cana-de-açúcar, madeira e gado) tornou-se ameaça à estabilidade do ambiente.

Hoje, quando mais pessoas aportam a essas capitais, estabelecendo moradia, se fortalece um sentimento de aversão a regionalismos e tradicionalismos da região: importante é arrematar o american way of life e fazer fortuna a partir da degradação dos ecossistemas. A aversão aos regionalismos e tradicionalismos beirou a xenofobia, porque buscou, no processo, a desconstrução cultural, espiritual e moral das crenças, atitudes e valores dos povos nativos, imputando-lhes caráter desumano.

A hostilidade com que a globalização atingiu populações da Amazônia, deslocou pessoas de suas terras e mesmo as que ficaram mantiveram a sensação subjetiva de desagregação. As causas desses reordenamentos territoriais compulsórios estão ancoradas em investimentos na constituição de plataformas globais de produção e o estabelecimento de canais internacionais de comércio. O bioma se tornou um imenso campo aberto para expropriação de recursos e trato injusto com populações nativas, quando muito vistas como coadjuvantes do processo relacional pessoa-ambiente.

Ao não haver preocupação em buscar uma identificação do Estado com as ambições sociais dos amazônidas, se deu clara negação do governo brasileiro em reconhecer as populações do bioma enquanto agentes de seu futuro. Em vez de oferecer estrutura material e espiritual adequada para que se vivesse com dignidade após processos de desterritorialização-reterritorialização, o governo federal tem ameaçado a seguridade social de áreas e povos ao determinar o que pode ou não fazer para se melhorar supostamente a condição de vida dos realocados.

A globalização, por esse entendimento, tem sido agressiva e voraz na Amazônia, o que significa que é necessário se repensar estratégias de produção e comercialização de produtos, por meio da agricultura familiar, do comércio solidário e da economia justa, enfatizando o bem viver em detrimento ao modelo do consumo.

A pretensão do trabalho consiste em analisar os processos históricos que

possibilitaram a constituição do território amazônico, assim como a influência

do processo de globalização e a atuação das políticas públicas de

“ordenamento” e ocupação territorial na Amazônia, procurando discutir os

problemas de ordem social, política, econômica e ambiental em decorrência

dos grandes projetos implantados e em implementação nessa região brasileira.

O objetivo é propor uma reflexão a respeito do papel exercido pela globalização

na reconfiguração territorial Amazônica com seus desdobramentos sobre as

transformações culturais, sociais, políticas, ambientais e econômicas em

marcha na região que produzem uma nova dinâmica regional e uma nova

organização. O método utilizado deu-se a partir de referenciais bibliográficos,

com a investigação de dados que pudessem contribuir na compreensão e

análise sobre os aspectos epistemológicos da globalização, da problemática

nacional e da região amazônica. É resultado ainda da experiência de vida dos

autores do presente artigo e das reflexões desenvolvidas nas disciplinas, o

artigo foi subdivido em quatro seções: a primeira retrata teórica e sucintamente

os aspectos da globalização; a segunda discute a inserção da Amazônia no

processo de globalização; a terceira é uma análise do processo dinâmico que

ocorre no território amazônico com os projetos econômicos implantados; a

quarta trata das considerações finais, aqui entendidas como resultados do

trabalho. Com isso, espera-se que as contribuições geográficas desse trabalho

possam oferecer o debate e a reflexão acerca da reconfiguração territorial

Amazônica, aferindo conhecimento e despertando para as possíveis

conseqüências sociais, culturais, políticas, econômicas e ambientais.

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