Satélite
Fim de tarde.
No céu plúmbeo 1
A Lua baça 2
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite.
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados,
Mas tão-somente
Satélite.
Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti, assim:
Coisa em si,
– Satélite.
PONTO DE VISTA DO EU LÍRICO EM RELAÇÃO À LUA LEVA UMA
A) vinculação ao projeto literário realista
B) propensão a objetificar a construção poética
C) preocupação em endossar o método científico
D) disposição para reaalsar os adornos simbólicos
E) tendência a sobrevalorizar a perspectiva romântica