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Texto I

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

ESPANCA, Florbela. In: PAIVA, José Rodrigues (org.). Estudos sobre Florbela Espanca.
Recife: Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano, UFPE, 1995.

Texto II

Essa que eu hei de amar...

Essa que eu hei de amar perdidamente um dia,
será tão loura, e clara, e vagarosa, e bela,
que pensarei que é o sol que vem pela janela,
trazer luz e calor a esta alma escura e fria.

E, quando ela passar, tudo o que eu não sentia
da vida há de acordar no coração que vela...
E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela
como sombra feliz... – Tudo isso eu me dizia,

quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro,
e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro
do poente, me dizia adeus, como um sol triste...

E falou-me de longe: “Eu passei a teu lado,
Mas ias tão perdido em teu sonho dourado,
Meu pobre sonhador, que nem sequer me viste!”

ALMEIDA, Guilherme de. Meus versos mais queridos, Rio de Janeiro: Ediouro. 1988.

Embora pertençam a outros movimentos literários, os dois poemas guardam semelhança entre si por tematizarem uma característica da segunda geração do Romantismo. Qual é ela?

a - A angústia existencial.

b - A idealização da mulher.

c - A evasão no tempo.

d - O amor inacessível.

e - O culto à solidão​