A História tem como característica ser uma ciência viva, sempre permeada de novas abordagens e metodologias. Assim como também, o olhar do pesquisador sobre determinados temas é relacionado com o momento pelo qual a sua sociedade vive. Os problemas do presente é que fazem perguntas ao passado. Na década de 2010, a produção historiográfica e, principalmente, a de origem jornalística, reavaliou o tema da escravidão no Brasil onde culminava na perspectiva de que nada daquilo era novo, pois há séculos e séculos, era comum na África a prática de africanos venderem africanos. Essa afirmativa, por mais que pareça acertada tem em si um grande equívoco, pois
A- os africanos não escravizavam africanos porque não havia o conceito do que é ser "africano", mas eram etnias ou sociedade mais complexas que vendiam outras etnias ou sociedades mais simples.
B- os holandeses é que tiveram o pioneirismo no tráfico transatlântico desde o século XV quando desembarcaram na África meridional, assim ao se falar de "africanos" existe uma forma de ocultar a participação europeia no tráfico transtlântico desde o século XV.
C- não era um processo de venda, mas de troca de africanos por objetos que interessavam a outros africanos.
D- ao generalizar o termo "africanos" deveria se acrescentar que eram líderes africanos vendendo africnaos.
E- o comércio de cativos foi monopolizados pelos árabes, os africanos eram passivos na transação comercial.