O espaço de economia própria servia para que os escravos adquirissem tabaco, comida de regalo, uma roupinha melhor para mulher e filhos etc. [...] sua motivação principal parece ter sido o que apontamos como válvulas de escape para as pressões do sistema: a ilusão de propriedade “distrai” da escravidão e prende, mais que uma vigilância feroz e dispendiosa, o escravo à fazenda. “Distrai”, ao mesmo tempo, o senhor do seu papel social, tornando-o mais humano aos seus próprios olhos. “Estas suas roças, e produto que delas tiram, fa
z-lhes adquirir certo amor ao país, distraí-los um pouco da escravidão, e entreter com se esse seu pequeno direito de propriedade. Certamente o fazendeiro vê encher-se a sua alma de certa satisfação quando vê vir o seu escravo da sua roça trazendo o seu cacho de bananas, o cará, a cana etc.”
As práticas da elite da América Portuguesa, descritas no texto, foram articuladas devido à
A) capacidade de resistência dos escravizados.
B) dificuldade moral de aceitar o uso da violência.
C) idoneidade de uma sociedade tipicamente cristã.
D) necessidade de criar alianças com os subalternos.
E) vontade de lucrar com diversos sistemas produtivos.