Resposta:
Imagino um dia quente, a brisa marítima batendo em minha face, minha pele já um pouco incomoda devido às horas que eu havia ficado exposta aos raios do astro-rei. O vai e vem das ondas resultavam um certo enjoo, mas logo me acostumei. A imensidão do mar me fascinava, era uma paz tão grande... Frequentemente vinha à minha cabeça revelações sobre o quão pequena eu era, talvez insignificante. Se pudesse, viveria ali pra sempre, o contato com a natureza me fazia flutuar, eu poderia facilmente chamar aquela natureza de minha, era tão limpa, era tão pura, era tão viva, era tão vazia... Era aquele vazio que me preenchia, um vazio aconchegante, um vazio feliz.
A chegada do crepúsculo me colocava em êxtase, aquela aquarela de cores vívidas, era tão belo... Eu só queria que o momento se eternizasse, a beleza era inestimável, a paz era tão intensa, o barulho das ondas se rebatendo contra o casco do veleiro eram músicas para meu ouvido. Ah... como eu queria eternizar tudo aquilo, como eu queria guardar a mistura de sentimentos e sensações em um potinho e abri-lo novamente quando quisesse novamente sentir... Mas, como Vinicius de Morais um dia escreveu, foi infinito enquanto durou!
