Ao silêncio da noite, José se vê sozinho e sem saber o que fazer, quando se pega pensando, como as coisas podem se tornar tão difíceis de um hora a outra? O frio o atinge de dentro para fora, a fome o corrói e a solidão o torna sem esperanças. Naquelas frias manhãs de inverno, pessoas e mais pessoas passam por aquela triste marquise que José chama de lar, embora não tenha uma moradia fixa, é ali que ele fica, perante várias pessoas que vão e voltam por ali, pessoas que não se preocupam com o que passam pessoas como José, se precisam de algo ou até mesmo se sentem fome. A tarde chega, com um sol acompanhado de um ar gelado, pessoas vão e voltam, também sem o mínimo de preocupação com José. E finalmente vem a noite, encerrando mais um dia triste e solitário na vida desse homem, a rua começa ficar vazia, em baixo daquela marquise só restava José, sua coberta e um papelão que chama de cama. Mais um dia se foi, a frio prevalece, a fome aumenta e solidão continua sendo sua única companheira.