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texto de Garcia (1996) talvez nunca deixe de ser atual em suas informações. Dada a relevância do assunto e a necessidade de sabermos extrair a essência dos parágrafos, propõe-se duas questões:
a) Faça a leitura analítica e a paragrafação do texto. Como se trata de dois parágrafos apenas, você faz a leitura e escreve a essência em duas frases. A extensão de cada frase não deve se restringir a uma estrutura mínima somente, mas conter duas ou mais orações ligadas logicamente entre si. Isso significa, as duas frases precisam ter coesão e coerência e apresentarem a essência dos argumentos apresentados pelo autor.
b) Escreva seu ponto de vista sobre as informações de Garcia.

Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que mente não criou ou não aprovisionou. Quando os professores se limitam a dar aos alunos temas para redação sem lhes sugerir roteiros ou rumos para fontes de ideias, sem, por assim dizer, lhes "fertilizarem" a mente, o resultado é quase sempre desanimador: um aglomerado de frases desconexas, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de palavras que se atropelam sem sentido e sem propósito; frases em que procuram fundir ideias que não tinham ou que foram mal pensadas ou mal digeridas. Não podiam dar o que não tinham, mesmo que dispusessem de palavras¬-palavras, quer dizer, palavras de dicionário, e de noções razoáveis sobre a estrutura da frase. É que palavras não criam ideias; estas, se existem, é que, forçosamente, acabam corporificando-se naquelas, desde que se aprenda como associá-las e concatená-las, fundindo-as em moldes frasais adequados. Quando o estudante tem algo a dizer, porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória.


Todos reconhecemos ser ilusão supor – como já dissemos – que se está apto a escrever quando se conhecem as regras gramaticais (um mínimo de gramática indispensável (grafia, pontuação, um pouco de morfologia e um pouco de sintaxe), mínimo suficiente para permitir que o estudante adquira certos hábitos de estruturação de frases modestas, mas claras, coerentes, objetivas. A experiência nos ensina que as falhas mais graves das redações dos nossos colegiais resultam menos das incorreções gramaticais do que da falta de ideias ou da sua má concatenação. Escreve realmente mal o estudante que não tem o que dizer porque não aprendeu a pôr em ordem seu pensamento, e porque não tem o que dizer, não lhe bastam as regrinhas gramaticais, nem mesmo o melhor vocabulário de que possa dispor. Portanto, é preciso fornecer-lhe os meios de disciplinar o raciocínio, de estimular-lhe o espírito de observação dos fatos e ensiná-lo a criar ou aprovisionar ideias: ensinar, enfim, a pensar.

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 17. ed. Rio de Janeiro: Editora fundação Getúlio Vargas, 1996, 522 p. (Texto adaptado da página 291).