Questão 2 – “A sociedade colonial brasileira “herdou concepções clássicas e medievais de
organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da
diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (…) As distinções essenciais entre
fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os
colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A
disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes
concretizar seus sonhos de nobreza. (…) Com índios, podia desfrutar de uma vida
verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo
estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem
aborígenes e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos
europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na
cor.” (Stuart B. Schwartz, SEGREDOS INTERNOS).
A partir do texto, pode-se concluir que:
a) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na
Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e constituiu-se no elemento
fundamental da sociedade brasileira colonial.
b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições
como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade europeia nos séculos XV e XVI.
c) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados,
não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.
d) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e
negros, tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na
sociedade colonial.
e) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de
negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os
séculos XVI e XVII.