Leia o texto a seguir para responder à questão.
Índio
Quem já conversou com um índio, assim um papo aberto, sobre futebol, religião, amor...? A primeira ideia que nos vem é a da impossibilidade desse diálogo, risos, preconceito, talvez. O que dizer então da visão dos estrangeiros, que pensam que andamos nus, atiramos em capivaras com flechas envenenadas e dançamos literalmente a dança da chuva pintados com urucu na praça da Sé ou na avenida Paulista?
Pois na minha escola no ano de 1995 ocorreu a matrícula de um índio. Um genuíno adolescente pataxó.
[...]
O porteiro abriu o portão – sem que ninguém entrasse – e fitou ao longe o final da avenida; surgiu entre a poeira e o derreter do asfalto um fusca, pneus baixos, rebaixado, parou em frente da escola, o rádio foi desligado, tal o silêncio da multidão que se ouviu o rangido da porta abrir, desceu um menino roliço, chicletes, boné do Chicago Bulls, tênis Reebok, calça jeans, camiseta, walkman nas orelhas, andou até o porteiro e perguntou:
– Pode assistir aula de walkman?
PASSOS, Edson Rodrigues dos. Índio. In: DIAS, Gonçalves et al. Nós e os outros: histórias de diferentes culturas.
Vocabulário:
Urucu: planta cujas sementes são usadas para fazer corante de cor avermelhada.
Walkman: aparelho de rádio ou toca-fitas portátil usado com fones de ouvido.
A oração “O porteiro abriu o portão” pode ser dividida em três partes: “o porteiro”, “abriu” e “o portão”. Enquanto a primeira parte informa quem realizou a ação,
A
a segunda parte aponta a ação em si.
B
a terceira parte atribui qualidade ao porteiro.
C
a segunda parte indica o que o porteiro abriu.
D
a terceira parte pode ser eliminada da oração.