É assim extremamente simples a estrutura social da colônia no primeiro século e meio de colonização. Reduz-se em suma a duas classes: de um lado os proprietários rurais, a classe abastada dos senhores de engenho e fazenda; doutro, a massa da população espúria dos trabalhadores do campo, escravos e semi-livres. Da simplicidade da infraestrutura econômica – a terra, única força produtiva, absorvida pela grande exploração agrícola – deriva a da estrutura social: a reduzida classe de proprietários e a grande massa, explorada e oprimida. Há naturalmente no seio desta massa gradações, que assinalamos. Mas, elas não são contudo bastante profundas para se caracterizarem em situações radicalmente distintas. Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil. 20ª ed. São Paulo: Brasiliense, p.28-29, 1993 [1942].
Neste trecho, o autor observa que, na sociedade colonial,
1 - só havia duas classes conhecidas, e que nada é sabido
sobre indivíduos que porventura fizessem parte de outras.
2 - havia muitas classes diferentes, mas só duas estavam
diretamente ligadas a critérios econômicos.
3 - todos os membros das classes existentes queriam se
transformar em proprietários rurais, exceto os
pequenos trabalhadores livres, semi-livres ou escravos.
4 - diversas classes radicalmente distintas umas das outras
compunham um cenário complexo, marcado por
conflitos sociais.
5 - a população se organizava em duas classes, cujas gradações internas não alteravam a simplicidade da estrutura social.
Neste trecho, o autor observa que, na sociedade colonial,