É importante salientar um fato fundamental que se tornou evidente para as autoridades francesas tão logo o primeiro volume da primeira adição chegou às mãos dos assinantes: a obra era perigosa [...]. Embora reconhecesse formalmente a autoridade da Igreja, D'Alembert deixava claro que o conhecimento provinha dos sentidos, e não de Roma ou da Revolução. O grande agente ordenador era a razão, que combinava as informações dos sentidos, trabalhando com as faculdades irmãs, memória e imaginação. Assim, tudo o que o homem conhecia derivava do mundo que o cercava e do funcionamento da sua própria mente. [...] Diderot e D’Alembert apresentavam sua obra como uma compilação de informações e um manifesto filosófico. [...] O conhecimento tradicional, insinuavam eles, não passava de preconceito e superstição. Portanto, sob a massa dos 28 volumes e da enorme variedade de seus 71 818 verbetes e 2 885 pranchas residia uma mudança que transformava tudo o que o homem conhecia”.
DARTON, Robert. O Iluminismo como negócio: história da publicação da Encoclopédia, 1775-1880. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 17-18
Uma das principais produções intelectuais do movimento Iluminista foi a Enciclopédia idealizada pelos pensadores francesas Diderot e D’Alembert.
a) Analise como essa obra iluminista foi vista e recebida pelas autoridades religiosas e políticas europeias no contexto de sua publicação.
b) Identifique os elementos que tornaram a Enciclopédia uma produção tão revolucionária.
URGENTE