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Sagot :
Resposta:Se nós partirmos do princípio de que a arte é a expressão cultural de um povo, que as diversas artes existentes exprimem a vontade, a cultura, a liberdade de um povo, tanto quanto expressam o belo, então é perfeitamente concebível o uso da estética para traduzir um conjunto de valores políticos e, nesse caso, nada mais natural do que a possibilidade de relacionar Arte e Política. Uma forma de arte como o teatro, a música, a Literatura, o cinema, a pintura podem traduzir tanto situações comuns do cotidiano quanto relações de poder e dominação, Ideologias, ideias, formas de organização política. São incontáveis os exemplos de manifestação política através do teatro, da música, da literatura, do cinema e até da poesia.
Na música podemos mencionar o movimento tropicalista além de outros estilos musicais que usam a música como forma de protesto (hip-hop, rock, mpb). O Tropicalismo ou Movimento tropicalista foi um movimento cultural brasileiro que surgiu na época do regime militar, no final da década de 60, sob a influência das correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, manifestando-se principalmente através da música, nas vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, entre outros, mas também apresentou manifestações através do cinema e do teatro. Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de “Tropicália”.
Para corroborar esta afirmação podemos mencionar a tese de doutorado apresentada à UNESP (2013): “Dramaturgia engajada no Brasil: As produções 'Calabar: O Elogio da Traição' e 'Gota d'água'”, da pesquisadora Cláudia Regina dos Santos, que avalia dois clássicos produzidos na década de 70, a primeira por Chico Buarque e Ruy Guerra (1973) e a segunda por Chico Buarque e Paulo Pontes (1975). Para a pesquisadora os dois trabalhos revelam a dimensão assumida pelo diálogo entre arte e política em uma época em que intelectuais e artistas tinham que enfrentar a censura institucionalizada no País para expressar-se.
O tropicalismo e outros movimentos como a Bossa Nova são analisados pela autora em seu primeiro capítulo. No capítulo sobre o álbum “Calabar o Elogio da Traição”, Cláudia Regina explica que “o tempo dos autores, a ditadura militar da década de 1970, revela o tipo de traição a qual a obra se referia”. Vale mencionar que em 1973, o título do disco foi censurado e foi lançado apenas com o título "Chico Canta", ao invés de “Chico canta Calabar”. Com esta pesquisa nós aprendemos que o disco lança um paralelo entre dois personagens da História do Brasil: o senhor de engenho nordestino Domingos Calabar (que se uniu aos holandeses em invasões ao Brasil no século XVII e, por isso, é considerado um dos grandes traidores da História do País) e o militar guerrilheiro Carlos Lamarca (um dos principais protagonistas da luta armada contra a Ditadura).
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