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Qual é o Papel do cidadão na Exclusão Social?

Sagot :

Resposta: ola

Explicação:

No nível em que se encontra o desenvolvimento institucional brasileiro, a cidadania é um conceito incompreensível e distante para a maioria da população, visto ser ela conscientemente excluída dos centros decisórios. O que há na verdade é uma cidadania passiva, que não se imiscui nos assuntos públicos e que se mostra orientada por escolhas das quais não participa.

Desta maneira, a proposta central deste trabalho é muito mais a de suscitar dúvidas, do que chegar a respostas a respeito dos problemas envolvendo a construção da cidadania, bem como demonstrar que em um contexto historicamente excludente como o nosso, o papel desempenhado pelo cidadão só poderá ser claramente compreendido se tivermos como referencial teórico a interdisciplinariedade.

Vale dizer, buscam-se novas formas de pensar a efetivação real da cidadania, haja visto que apesar de ser esta um dos fundamentos de nosso Estado Democrático de Direito (CF: art. 1o, inc.II), continua tendo muito mais um valor nominal, fazendo-se mister uma esfera pública onde as pessoas, individualmente consideradas, atuem como verdadeiros cidadãos.

Parte-se, portanto, da idéia de que é atualmente impossível entendermos qualquer tema de modo particular, pois nenhuma área científica consegue resolver todos os questionamentos isoladamente. E é justamente por isso que o presente estudo não tem uma linguagem única, utilizando-se de conceitos e resultados advindos dos diversos campos do saber, permitindo deste modo uma integração ou convergência positiva das inúmeras disciplinas existentes.

Neste sentido, vale salientar que o assunto em questão aceita uma série inesgotável de linhas de pensamento, o que denota o caráter interdisciplinar da matéria. Assim, filósofos, sociólogos, cientistas políticos e demais estudiosos, enquadram a cidadania a partir de prismas diferentes e ao mesmo tempo específicos, objetivando com isto, escapar dos estereótipos ingênuos existentes.

Pode-se observar que em geral estas diversas orientações possuem, ou são influenciadas, pela grande carga ideológica que está inserida no tema, já que ao questionarmos qual cidadania queremos, o que na verdade estamos indagando é qual a ideologia em que se fundamentam os procedimentos e políticas do Estado; é da análise das profundas modificações sociais contemporâneas, que tenta-se trabalhar o assunto dentro um enfoque dinâmico.

Sendo assim, o primeiro passo do trabalho será o de comprovar que os atuais mecanismos democráticos de inclusão social e de aprimoramento da cidadania, por mais paradoxal que possa parecer, acabam produzindo e aprofundando o processo de exclusão; estes, na verdade, fazem aparecer uma espécie de cidadania apática e não - contestadora. Trata-se de reconhecer que apesar da existência formal de modernos instrumentos de proteção e garantia dos vários direitos dos cidadãos—mandado de segurança coletivo, Código de Defesa do Consumidor, mandado de injunção, entre outros—a cidadania continua sendo muito mais concedida pelos que estão no centro da conjuntura societária, do que conquistada pela coletividade.

Em seguida, para adotarmos uma expressão habermasiana, o enfoque a ser utilizado é o de como se dá a inclusão do outro, em uma sociedade altamente complexa e ainda não consolidada como a brasileira, na qual predomina por parte das elites detentoras do poder, uma mentalidade arcaica e que se recusa a admitir transformações institucionais que possibilitem uma genuína interação social.

Neste ponto salienta-se a enorme importância que os procedimentos de inclusão social possuem, pois somente através de discussões públicas transparentes e da crítica colegiada é que conseguiremos atender os verdadeiros interesses coletivos, diminuindo conseqüentemente a desigualdade.

Já a relação entre a estrutura e circulação do poder e o processo de edificação da cidadania, deve ser visto especialmente a partir da ciência política, onde os problemas em relação à busca por um novo conceito de soberania popular e de consciência cidadã, consistem na elaboração de uma interpretação crítica dos recentes acontecimentos e transformações, como a globalização, o fortalecimento dos movimentos sociais, entre outros, e seus reflexos no desenvolvimento da democracia no Brasil.

Na realidade, a partir de um sucinto exame jurídico – político da história institucional brasileira, tenta-se demonstrar que a nossa classe dominante procura de todas as maneiras, novas estratégias para desmobilizar uma crescente pressão da base da sociedade por maiores espaços de atuação, visando assim, concretizar suas velhas formas de ação política e de assegurar seus objetivos.