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Embora a experiência portuguesa com a escravidão no Mediterrâneo, na Guiné e na ilha da Madeira tenha sido
anterior a seu primeiro contato com o Brasil, as relações iniciais com os povos indígenas agrícolas semissedentários de
lingua tupi, situados na costa brasileira, não se baseavam na escravidão, e sim num sistema de troca, o escambo, em que
os nativos trabalhavam para os portugueses, encontrando e carregando troncos de pau-brasil até a costa, em troca de
produtos comerciais, instrumentos de metal ou armas. A derrubada de árvores era uma atividade masculina corrente no
ciclo agrícola das sociedades tupis, e os termos de troca propostos pelos portugueses satisfaziam as necessidades
indigenas. Além disso, a coerção ou a escravização não fazia muito sentido como modo de controlar uma força de
trabalho que, para encontrar árvores, tinha de se embrenhar na selva, onde seria relativamente facil fugir
Mas, com a implantação do sistema de capitanias a partir de 1534, o assentamento português e, em algumas
capitanias, a introdução da cana-de-açúcar e dos engenhos mudaram as relações com as populações indígenas Os indios
se mostravam relutantes em trabalhar continuamente na roça, pois consideravam este um trabalho de mulher, e, em alguns
casos, a demanda indígena de bens como machados de ferro e armas de fogo encarecia cada vez mais sua mão de obra
para os portugueses. Ademais, a relutância dos indios em fazer esse tipo de trabalho e a resistência armada contra a
apropriação portuguesa de suas terras levaram a campanhas militares entre as décadas de 1540 e 1560, nas capitanias
nordestinas da Bahia e de Pernambuco, que resultaram na escravização de indios capturados numa "guerra justa"
Os cativos eram utilizados para trabalhar nos engenhos cada vez mais numerosos no litoral brasileiro .
Esse processo, porém, encontrou algumas dificuldades com a chegada, em 1549, de missionários jesuitas, que
então tentaram pôr freio à escravização. Os jesuítas procuraram reunir os povos nativos em aldeias onde, sob sua tutela,
podiam produzir um excedente agrícola útil para a colônia, e com as quais também podiam fornecer mão de obra
remunerada para as fazendas de cana e para outros proprietários coloniais, ou ainda, como fizeram em 1567 em reação a
uma revolta de escravos indios nos engenhos baianos, utilizar os indios da aldeia em defesa da colônia. Os colonizadores,
contudo, opunham-se a qualquer interferência no mercado de trabalho.

De acordo com o texto lido acima, é errado falar que o escambo:

A) era um sistema que escravizava os índios

B) era um sistema de troca no qual participaram portugueses e índios.

E) era um sistema de troca no qual os índios deveriam fornecer pau-brasil para os portugueses

D)era um sistema de troca no qual os portugueses deveriam fornecer instrumentos de metal para os índios

E) era um sistema que satisfazia as necessidades dos índios ​

Sagot :

Resposta:

A) era um sistema que escravizava os índios

Explicação:

O escambo era um processo de troca entre portugueses e índios. Posteriormente, essa relação foi mudada para a escravidão (que é diferente de escambo).

O escambo também era realizado pelos portugueses na África. Durante o século XVI até o século XIX, os portugueses estabeleceram uma relação comercial com chefes (ou Reis) africanos que forneciam mercadorias e pessoas para serem escravizadas. Devido à natureza deste tipo de negociação entre portugueses e africanos, Portugal construiu inúmeros fortes e feitorias.

Fonte: Tráfico de escravos - Mercadoria humana atravessa o Atlântico. Érica Turci, historiadora e professora de história formada pela USP. Mundo Educação.