Então, podemos citar diversos fatores para explicar a insatisfação dos militares de média e baixa patente durante o período da República Velha. Entre esses fatores, podemos mencionar a precarização do Exército enquanto instituição, processo esse que se acentua a partir da década de 1920. Nesse sentido, o Exército brasileiro, na contramão dos processos de modernização das forças armadas em diversos países, passou a receber menos recursos e, associado a isto, começou a influir cada vez menos no cenário político. Além da pretensão de recuperar o espaço perdido com a República Velha, os tenentes se mostravam contrários a diversos aspectos do regime político da época, como é o caso do voto de cabresto, da descentralização política, da ausência de intervenção do Estado nas atividades econômicas, entre outros aspectos.
No geral, o movimento tenentista surgiu em um contexto de declínio do poder oligárquico, abrindo espaço para a sua emergência e, não menos importante, para sua crescente sintonia com os anseios das classes médias urbanas - que, em conjunto com a complexificação social e econômica do país, também demandavam reformas políticas e sociais nas mais variadas esferas. Ou seja, o tenentismo é, entre outras coisas, uma evidência da diluição do poder oligárquico - sobretudo da oligarquia paulista -, que foi deslocado do governo com o advento da Revolução de 30.
