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Chernobyl: Colapso nos níveis de organização dos seres vivos
O dia 26 de abril de 1986 foi marcado pelo mais grave acidente na história
da energia nuclear: a explosão de um reator da central atômica de Chernobyl,
situada na Ucrânia, a 700 Km de Moscou.
A radiação afeta a atividade de inúmeras células dos seres vivos. No
homem, no rato e em outros mamíferos, por exemplo, entre as células mais
atingidas estão aquelas que organizam a medula óssea vermelha _ tecido
responsável pela produção dos glóbulos sanguíneos.
A medula óssea vermelha é um dos tecidos que constituem os ossos, que
são exemplos de órgãos em nosso corpo. A alteração no comportamento da
medula óssea debilita o sistema imunológico, responsável pela defesa do
organismo contra infecções causadas por micro organismos diversos.
As plantas também são afetadas pela radiação. Dessa maneira, várias
populações _ animais ou vegetais _ foram prejudicadas pelo acidente nuclear de
Chernobyl, que provocou um sério desequilíbrio na comunidade biológica da
região.
Além do empobrecimento da fauna e da flora, os ecossistemas vizinhos de
Chernobyl tiveram alteradas as propriedades físicas e químicas do ar, do solo e
da água. Assim, essa porção da biosfera terrestre tornou –se um dos exemplos
mais dramáticos de exemplo de desequilíbrio ambiental provocado por ação
humana.
Na época do acidente, centenas de pessoas foram hospitalizadas com
intoxicação radiativa; muitas exibiam queimaduras e outros tipos de lesões. Mais
de 100.000 pessoas foram retiradas da área da usina, num raio de cerca de 30
Km. A nuvem radiativa espalhou –se por grande parte da Europa. Milhares de
toneladas de produtos agrícolas tiveram de ser destruídos e milhares de renas
foram sacrificadas em função da contaminação radiativa. Na Itália, na antiga
Iugoslávia e na Áustria, entre outros países, foram suspensas as vendas de
carne, leite e produtos hortigranjeiros procedentes de áreas onde os níveis de
radiação se mostraram elevados.
Anos Depois
Em 1991, o balanço parcial desse acidente era bastante preocupante,
como vemos no texto abaixo:
“(...) As florestas da região têm hoje uma aparência estranha. Os pinheiros
são avermelhados e suas agulhas pesam dez vezes mais que o normal, fazendo
com que os galhos se quebrem. As folhas do carvalho apresentam formas
estranhas, irreconhecíveis. As árvores crescem de modo assustadoramente
rápido, mas sua madeira é quebradiça. Musgos e liquens estão contaminados
com enormes concentrações de Césio 137 e os cogumelos frutos silvestres são,
obviamente, impróprios para o consumo.
As aves desapareceram da região. Os gatinhos de Chernobyl ficaram
surdos e até os ratos morreram por infecções que, em circunstâncias normais,
seriam inofensivas. Nas áreas próximas à usina, nasceram potrinhos com a
espinha partida e patas deformadas. Numa fazenda coletiva de Vyazovka, 197
bezerros nasceram sem olhos, com crânios e mandíbulas deformados. No lago
do reservatório de Chernobyl, os peixes cresceram bem mais que o normal, mas
são fracos e têm as funções dos órgãos dos sentidos seriamente
comprometidas.
(...) Pelo menos 2,5 milhões de ucranianos e bielo – russos estão
ameaçados por uma morte lenta e silenciosa, provocada pela radiação. (...)
Cerca de 1,5 milhão de pessoas apresentam enorme vulnerabilidade a
infecções, desde as mais corriqueiras, como resfriados e amigdalites, até as
mais sérias, como pneumonias.
a) Porque a radiação pode afetar o sistema imunológico humano, comentando a consequência desse fato;
b) Porque podemos afirmar que o acidente de Chernobyl afetou os ecossistemas próximos daquela central atômica.