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Sagot :
Resposta:
Bicampeão mundial, o time leva no brasão as cores da comunidade autônoma espanhola. "Torcer pelo Barça é também torcer pela independência da Nação Catalã", afirma especialista
POR:
Paula Sato
01 de Maio | 2009
Escudo do FC Barcelona contém elementos que remetem à sua origem catalã. Foto: Divulgação
Escudo do FC Barcelona contém
elementos que remetem à sua
origem catalã. Foto: Divulgação
"Mais que um clube". O slogan está nas camisas, nas bandeiras e no estádio do Futbol Clube Barcelona e reflete a relação entre o time e a cultura catalã. A Catalunha é uma nação sem estado organizado, mas que se encaixa como uma comunidade autônoma dentro da Espanha. Ou seja, os catalães têm direito a uma língua própria e a autonomia em suas decisões, mas não é um estado independente da Espanha. Sua capital é a cidade de Barcelona. A identificação entre o time e a Catalunha começou assim que o clube foi criado, em 1899, por Hans Kamper, suíço que adotou a região como seu novo lar. Segundo o escritor americano Franklin Foer em seu livro How Soccer Explains the World (Como o Futebol Explica o Mundo, inédito em português), Kamper teria fundado o clube exatamente para "celebrar os catalães e seu sonho de independência". Por conta disso, o brasão do clube tem as cores da bandeira catalã, vermelho e amarelo, e a cruz de São Jorge, padroeiro da nação. A primeira prova de que o clube era portador dos ideais catalães aconteceu na década de 20, quando o militar Primo de Rivera promoveu um golpe e tomou o poder na Espanha, governando o país entre 1923 e 1930. Além de proibir a língua e a bandeira catalã, o general fechou o estádio do FC Barcelona depois de ouvir seus torcedores cantarem o hino da Catalunha.
Mas foi durante o governo do general Franco (1939 a 1973), que torcer pelo Barcelona se tornou sinônimo de lutar pela liberdade e pela causa catalã. Após o golpe que colocou o general no poder, a língua e as tradições da nação catalã foram completamente abolidas. O time também sofreu as consequências do embargo. Quando as tropas franquistas invadiram a cidade de Barcelona, mataram o presidente do clube de futebol e bombardearam o prédio em que ficavam seus troféus. Muitos de seus jogadores foram exilados e um novo presidente, que fazia parte do regime, passou a comandar o time. "Franco tentou acabar com a identidade do time, que foi obrigado a mudar seu nome para Clube de Futebol Barcelona, forma castelhana que até 1973 substitui a anglófona Futbol Clube Barcelona. As quatro barras do escudo, referência à bandeira da Catalunha, foram reduzidas para duas", explica Miguel Serra Rosanas, diretor cultural da Associação Cultural Catalonia. Também era de conhecimento geral que Franco era torcedor fanático do Real Madrid e, muitas vezes, o Barcelona foi obrigado a entregar propositadamente o jogo ao time rival frente a ameaças do regime. "Foi a partir destes fatos que torcer pelo Barça tornou-se sinônimo de torcer pela Catalunha livre. Além disso, por causa do apoio que o governo central dava ao Real Madrid, torcer contra o time madrilenho significava se opor ao regime estabelecido", diz Miguel Rosanas. Dessa forma, o estádio de Les Cors (1922-1957) ou o Camp Nou (fundado em 1957) eram os únicos lugares em que os catalães podiam se expressar, falar a sua língua, cantar suas músicas. Mas por que Franco, tão contra a Catalunha, nunca fechou o estádio do Barcelona? Segundo Foer, o objetivo era exatamente que o povo catalão pudesse expressar toda a sua raiva e descontentamento dentro do estádio em vez de levar isso para as ruas. "O propósito de Franco era deixar o povo catalão canalizar suas energias políticas em um passatempo inofensivo", afirma o autor. Mesmo depois do fim do regime franquista, em 1973, e da elaboração de uma constituição que prevê a autonomia catalã, ainda hoje seu povo enxerga o time como um símbolo da eterna luta pela independência. "A paixão futebolística ainda tem um substrato político de auto-afirmação. Torcer pelo Barça é se auto-proclamar independente, é torcer pela Nação Catalã e pela sua independência como Estado", diz Miguel Rosanas.
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