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Sagot :
Resposta:
Explicação:
Sérgio Vaz (Ladainha, Minas Gerais, 1964). Poeta, cronista e produtor cultural. Nascido em Minas Gerais, muda-se criança para Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo. Na adolescência, trabalha no bar de seu pai. Interessado por literatura, começa a escrever letras de música para uma banda formada por amigos. Em 2001, organiza a Cooperifa, cooperativa de artistas da periferia e, depois de encontrar uma fábrica abandonada, organiza nela uma mostra cultural com suas obras. A Cooperifa fixa-se no Bar do Zé Batidão, onde promove sarau todas as quartas-feiras. Em 2006, Sérgio Vaz grava um disco com 25 poetas da Cooperifa declamando seus textos. No ano seguinte, organiza a Semana de Arte Moderna da Periferia, na qual divulga, em diferentes espaços públicos da zona sul de São Paulo, trabalhos artísticos produzidos na periferia da cidade. Ainda em 2007, publica alguns de seus poemas no volume Colecionador de Pedras e, um ano depois, o livro Antropofagia Periférica no qual discorre sobre a criação e os desdobramentos da Cooperifa. Em 2009, desenvolve o projeto Cinema na Laje que exibe, na laje do Bar do Zé Batidão, documentários e filmes alternativos. No mesmo ano, é eleito pela revista Época uma das 100 pessoas mais influentes de 2009 no Brasil, devido a seu trabalho como agitador cultural.
Análise
A poesia de Sérgio Vaz possui linguagem coloquial, sem ornamentos retóricos, que representa, de maneira lírica, diversas situações cotidianas e reflexões existenciais. Seus poemas mais longos apresentam recursos de linguagem que facilitam a memorização (como as anáforas) e refrãos ou estribilhos. Isto talvez se deva ao exercício constante da declamação, nos saraus semanais da Cooperifa. Sérgio Vaz é mais conhecido, entretanto, por seus poemas curtos, compostos como espécies de aforismos sobre circunstâncias da vida.
Participa da chamada “literatura periférica” – termo que engloba escritores como o romancista Ferréz (1975) e o rapper GOG (1965) –, mas não restringe sua obra a temas relacionados às questões sociais. Tem abordagem é mais formal, isto é, o sujeito lírico constitui-se e apreende a realidade por meio da observação de um homem da periferia. Busca temas mais amplos da lírica ocidental, como nos poemas de Colecionador de Pedras.
É impossível dissociar o trabalho de Sérgio Vaz como poeta e cronista da atuação como agitador cultural. No comando da Cooperifa, organiza importantes eventos como a Semana de Arte Moderna da Periferia (2007) e difunde a vitalidade cultural do movimento em livros como Antropofagia Periférica. A busca pelas possibilidades de criação e fruição artística na periferia chama a atenção de importantes críticos literários, como Heloisa Buarque de Hollanda (1939). Os críticos interessam-se pelo fenômeno cultural arregimentado por Vaz, que se sobrepõe à importância literária de sua obra.
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