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Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.


Entendendo o poema:

01 – A partir da leitura desse poema e do conhecimento dos poemas da Antologia poética, de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:

a) O poema “Congresso internacional do medo”, como a maioria dos poemas que compõem a Antologia poética drummondiana, volta-se para uma temática mais subjetiva.
b) A ideia de congresso internacional expressa no título do poema sugere o caráter de universalidade do sentimento de medo. Se se considerar que Drummond vivenciou as duas guerras mundiais do século XX, fica mais clara essa opção por cantar o medo em vez do amor ou do ódio.
c) O advérbio “provisoriamente” (1º verso) expressa, de certa forma, uma mensagem de esperança, pois sugere que cantar o amor ainda é possível.
d) O verso cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas apresenta ambiguidade, pois sugere que os ditadores e democratas tanto causam medo como têm medo.
e) Além de cantar o medo, Drummond, em sua antologia poética, também canta o amor, a família, os amigos, a província e o próprio fazer poético.


02 – O poema acima apresenta aspectos de continuidade a algumas características presentes na 1ª fase modernista, mas por outro lado também apresenta diferenças básicas em relação a essa fase. Considerando essas informações, assinale as afirmativas abaixo que correspondem às características convergentes nas duas fases:
( ) Valorização de aspectos do cotidiano.
( ) Linguagem simples.
( ) Temática social, que fala sobre as mazelas de sua época.
( ) Estruturação com versos livres.
( ) Questionamento de valores da existência humana.


03 – Assinale a alternativa que apresenta os versos que melhor exemplificam a recusa do eu lírico em explorar uma temática mais alienante, e em seu lugar, mostrar uma poética da temática social, engajada nas causas de seu tempo.
a) “Provisoriamente não contaremos o amor, / que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.”
b) “Contaremos o medo, que esteriliza os abraços, / não contaremos o ódio porque esse não existe.”
c) “Existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro, / o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos.”
d) “O medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas / cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas.”


04 – Apesar de “cantar o medo”, nas várias acepções que esse sentimento pode se manifestar, o eu lírico deixa transparecer uma esperança pelo uso:
a) Do advérbio “apenas”, no 5° verso, demonstrando que o medo é somente um sentimento prejudicial ao ser humano.
b) Do verbo “refugiar”, no 2° verso, expressando que ainda há um lugar para o ser humano fugir da condição de mundo apresentada.
c) Dos adjetivos “amarelas” e “medrosas”, no 11° verso, argumentando que até as flores são prejudicadas pelo sentimento humano de medo.
d) Do advérbio “provisoriamente”, expressando que a ausência do canto ao amor não se perpetuará no tempo.
e) Do advérbio “não”, repetido várias vezes no poema para demarcar a negação e resistência frente ao sentimento humano.


05 – Por se tratar de um poema crítico reflexivo, percebemos, por fim, que através de uma linguagem simples e de usos constantes de repetições, o que pode provocar no leitor?

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06 – O medo está vigorando em vários lugares e em várias ações no poema. O que este sentimento gera?
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07 – Podemos perceber que o medo serve paradoxalmente, como um verdadeiro pai e seguidor, por quê?
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08 – O poeta utiliza diversas vezes o verbo cantaremos. Qual é o sujeito? Como esse sujeito é classificado?
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09 – No verso “não cantaremos o ódio porque esse não existe”, há duas orações.
a) Qual é o sujeito da segunda oração?
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b) Do ponto de vista morfológico, qual é a classe da palavra que exerce a função de sujeito?__________________________________________


c) A que outra palavra do texto ela está se referindo?
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10 – No trecho “existe apenas o medo [...]” (verso 5), qual é o sujeito?
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Sagot :

a população da Europa trazia coisas vem ao o sujeito o principal

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