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Qual a importância da noção de "interioridade" na filosofia de Santo Agostinho?

Sagot :

Para Santo Agostinho todas as coisas do universo existem a partir de Deus, por  Deus e em Deus. A sua filosofia centra-se na relação de Deus com o homem, tendo este  como fim último a Sabedoria, o conhecimento de Deus Uno e Trino, que é “tudo em  todas as coisas”.

Assim, ele apresenta uma visão cosmológica na qual a finalidade do  homem é o conhecimento do Deus-Verdade, que é também Deus-Amor. Este é o  conceito metafísico superior, é o limite do cognoscível. Santo Agostinho entende que a  fé é conciliável com a razão e desenvolve uma filosofia a serviço do amor.

Santo Agostinho fala de dois  mundos completamente distintos entre si. Ele fala de um mundo exterior, sujeito à  ação do tempo, onde se situa toda a matéria e toda a criação. E fala também de um  mundo interior, mundo dos homens e das experiências realmente relevantes.

O mundo interior é o mundo da meditação, do silêncio e da prece. Nele experiências pessoais se desdobram por meio das dimensões espirituais de reflexão e  ascensão. É no espaço de dentro que a matéria ganha qualidade, profundidade, duração  e significado.

A experiência humana encontra-se entre estes dois mundos: entre a  prática da vida mundana e a espiritualidade e segredos da consciência. Entre  um e outro o homem tem de viver a experiência de ambos, passar da dispersão à  atenção, da palavra ao silêncio, da exterioridade à interioridade. Pelo mergulho no seu próprio “eu”, o homem terá a experiência e a segurança  de poder descer até às profundezas do abismo interior e lá encontrar Deus.

Bons estudos!