Leia o texto abaixo para responder à questão:
A Bela Azul
Como a Terra é bela! Certos estavam os teólogos e
astrônomos antigos em colocá-la no centro do universo! Os astrônomos
modernos e os geômetras se riram da sua ingenuidade e presunção... Ora, a
Terra, essa poeira ínfima perdida em meio a bilhões de estrelas e
galáxias – o centro em torno do qual todo universo gira?
Mas eles, cientistas, não sabem que há duas formas de
determinar o centro. Pode-se determinar o centro com o cérebro e pode-se
determinar o centro com o coração. O cérebro mede o espaço vazio com
réguas e calculadoras para assim localizar o seu centro geométrico. Mas,
para o coração, o centro do universo é o lugar do amor.
Para o pai e a mãe, qual é o centro de sua casa? Não será
o berço onde seu filhinho dorme? E para o trabalhador na roça, cansado e
sedento, o centro do mundo não é uma fonte de água fresca? Chove e faz
frio. A família inteira se reúne em torno da lareira, onde o fogo
crepita. Ali se contam estórias... e sabe o apaixonado que o centro do
mundo é o rosto de sua amada, ausente...
Recebi de um amigo, via Internet, uma série de
fotografias da terra, tiradas de um satélite. Vinha tudo com o nome de
“A Bela Azul”. Que lindo nome para a nossa Terra! Porque é com a cor
azul que ela se parece. Lembrei-me de um verso de Fernando Pessoa: “... e
viu-se a Terra inteira, surgir, redonda, do azul profundo.” O filósofo
Niezstche também era um apaixonado pela Terra. Dizia que era uma
deformação do espírito ficar lendo um livro em casa, num dia luminoso,
quando a natureza está lá fora, fresca e radiante. É possível imaginar
que ele, que proclamou a morte de Deus, tenha secretamente elegido a
terra como seu objeto de adoração.
Mas agora anunciam os cientistas que a Bela Azul está agonizante...
(Rubem Alves. Folha de São Paulo)
No desenvolvimento do texto, a demonstração de que HÁ DUAS FORMAS DE DETERMINAR O CENTRO:
Escolha uma:a. revela-se insustentável, porque uma forma exclui a outra.
b. sustenta-se perfeitamente, se o critério for o padrão da racionalidade.
c. sustenta-se perfeitamente, uma vez aceitos dois distintos critérios.
d. não faz sentido, porque as duas formas excluem-se reciprocamente.
e. revela-se insustentável, pois ambos os critérios são imprecisos.