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Sagot :
Restabelecer a importância da medicina e da filosofia é questão de urgência em um mundo cada vez mais doente e confuso. A palavra medicina, ontologicamente, tem a ver com mediar e medicar. Todas, portanto, provindas da mesma fonte. Sempre houve a necessidade da atuação com o corpo e essa demanda levou a alguma forma de intervenção como ato de mediar, medicar, estabelecer um modo que facilite ou otimize a ação do corpo. Assim, uma escolha alimentar, um chá de alguma folha, um preparado específico indicado para melhorar algum sintoma e outras ações orientadas por um sacerdote, xamã, mago ou alguém que se colocava como mediador, medicador, já pode ser considerada uma atividade médica.
Na antiguidade, só os sacerdotes tinham o poder de se comunicar com os espíritos, na tentativa de achar a solução para as afecções e sofrimentos infligidos ao ser humano. Assim, o papel do sacerdote era a mediação entre dois mundos, só acessível aos iniciados na arte esotérica da cura. Analogamente, a filosofia – amor pela sabedoria, pelo conhecimento – sempre teve papel curador, na medida em que o filósofo era aquele que usava do seu método reflexivo para cuidar dos sofrimentos humanos.Em sua origem, a filosofia, marcada pelo espanto, tentava responder as questões humanas de modo a construir uma explicação com sentido lógico, racional. Uma nova forma de olhar para a natureza e para si mesmo provocava modificações, levando o ser humano, que antes entregava aos deuses a tarefa de cuidar da saúde, a assumir essa função. O cuidado com o corpo e com a saúde, antes exercido através da magia, passava a buscar explicações na physis. Surgia a medicina hipocrática, na qual o papel do médico era estudar o ser humano e seu entorno, buscando o equilíbrio integral.
Assim, ser médico era ser filósofo, pois esse ser congregava toda uma cosmovisão da saúde, de como mantê-la e como recuperá-la. Os fenômenos eram concebidos como fazendo parte de um todo maior, que incluía o estudo das relações entre alma, corpo, natureza e sociedade, e as doenças eram consideradas o desequilíbrio das partes intrínsecas e dinâmicas deste contexto. Em mútua influência, filosofia e medicina caminharam juntas, buscando o equilíbrio integral.Equilíbrio esse guiado pela racionalidade humana, capaz de distanciar-se e olhar a si mesma, de construir conceitos e refletir acerca do próprio processo de construção, de direcionar o agir e questionar-se acerca dos motivos pelos quais orienta suas ações neste ou naquele sentido. Enfim, de desejar, buscar incessantemente o saber, com o objetivo de orientar suas ações e de tornar a si mesmo, a natureza e a sociedade em que vive, mais próximos da perfeição
se tiver ajudado me dê um "obrigado" :) ♥
Na antiguidade, só os sacerdotes tinham o poder de se comunicar com os espíritos, na tentativa de achar a solução para as afecções e sofrimentos infligidos ao ser humano. Assim, o papel do sacerdote era a mediação entre dois mundos, só acessível aos iniciados na arte esotérica da cura. Analogamente, a filosofia – amor pela sabedoria, pelo conhecimento – sempre teve papel curador, na medida em que o filósofo era aquele que usava do seu método reflexivo para cuidar dos sofrimentos humanos.Em sua origem, a filosofia, marcada pelo espanto, tentava responder as questões humanas de modo a construir uma explicação com sentido lógico, racional. Uma nova forma de olhar para a natureza e para si mesmo provocava modificações, levando o ser humano, que antes entregava aos deuses a tarefa de cuidar da saúde, a assumir essa função. O cuidado com o corpo e com a saúde, antes exercido através da magia, passava a buscar explicações na physis. Surgia a medicina hipocrática, na qual o papel do médico era estudar o ser humano e seu entorno, buscando o equilíbrio integral.
Assim, ser médico era ser filósofo, pois esse ser congregava toda uma cosmovisão da saúde, de como mantê-la e como recuperá-la. Os fenômenos eram concebidos como fazendo parte de um todo maior, que incluía o estudo das relações entre alma, corpo, natureza e sociedade, e as doenças eram consideradas o desequilíbrio das partes intrínsecas e dinâmicas deste contexto. Em mútua influência, filosofia e medicina caminharam juntas, buscando o equilíbrio integral.Equilíbrio esse guiado pela racionalidade humana, capaz de distanciar-se e olhar a si mesma, de construir conceitos e refletir acerca do próprio processo de construção, de direcionar o agir e questionar-se acerca dos motivos pelos quais orienta suas ações neste ou naquele sentido. Enfim, de desejar, buscar incessantemente o saber, com o objetivo de orientar suas ações e de tornar a si mesmo, a natureza e a sociedade em que vive, mais próximos da perfeição
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