sobre o que esse texto fala ?
Brasil: discriminação social ou racial?
Na mesma semana em que morreu Ayrton Senna, morreu atropelada no Rio, mais precisamente na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, uma empregada doméstica chamada Rosilene. Durante uma hora os carros passaram por cima de seu corpo, a ponto de só ser reconhecida através das impressões digitais que restaram. O Brasil inteiro chorou a morte de Senna, mas poucos souberam do fim trágico de Rosilene.
Este é bem o retrato do país que habitamos. Somos cada dia mais dois Brasis. Um, dos ricos e famosos, que faz uma nação inteira chorar ou pelo menos se interessar pelo caso. Outro, o dos miseráveis, cujas vidas não interessam a ninguém.
Dividido socialmente em dois, o país também tem suas emoções divididas. Dificilmente alguém se comove com as muitas tragédias diárias que acontecem com os pobres. São apenas mais um numero nas estatísticas de mortos e feridos na guerra social que o próprio Brasil deflagrou através de seus vários governos irresponsáveis.
O "aparthaid" social é uma verdade de que não podemos fugir. É muito mais ostensivo que a discriminação racial. Desde que o individuo tenha alcançado uma posição social e fama, pouco nos importa a raça. Nele a nação se reconhece, enquanto o outro, que ficou à margem, sempre é tido como um estorvo de que temos de escapar.
O ponto a que chegamos mostra que o país não pode mais continuar convivendo com essa cisão. Vivemos um momento em que o Brasil dos ricos sente-se ameaçado pelo dos pobres, e o pior, sem nenhuma solução à vista. Movimentos da sociedade civil já esboçam alguma reação. Mas sem a contrapartida de políticas governamentais voltadas verdadeiramente para o social, nada de concreto acontecerá. Salvo a propaganda do clima de guerra que já se instaurou nas grandes cidades como Rio e São Paulo.
sobre o que esse texto fala?
Uma cultura mestiça ?
“Todo brasileiro é mestiço. Se não no sangue, nas ideias.” A observação é Sílvio Romero, e foi feita há cerca de um século.
De fato, o material de que se alimenta a vida espiritual de todos os brasileiros provém de fontes étnicas muito diversas e muito misturadas. Tradições culturais européias se cruzam com raízes africanas e matrizes indígenas, antes de receberem influências asiáticas, sobretudo através da imigração japonesa. A riqueza (a universalidade) de uma cultura nacional depende de muitos fatores. E depende, decisivamente, de sua capacidade de saber assimilar a diversidade das experiências humanas que lhe chegam, através dos caminhos mais distintos.
a vida cultural dos brasileiros,entao, dispõe de possibilidades privilegiadas.o cidadao que se assume como espiritualmente mestiço pode incorporar elementos de origens diferentes a sua compreensao da realidade;nele,as qualidades da sensibilidade,da intuiçao,da percepçao,do talento improvisador e da criatividade podem ser complementares ás qualidades de racionalizaçao,disciplina intelectual,rigor cientifico e competencia organizativa.Na nossa historia,contudo,essa incorporaçao da diversidade ficou muito prejudicada.A politica cultural imposta pelos ''de cima'' acarretou uma verdadeira devastaçao nas expressoes culturais dos ''de baixo''.O colonizador massacrou o colonizado.As razoes dos brancos foram levadas aos indios e aos negros menos atraves da persuasao(convencimento) do que por meio do dinheiro e das armas de fogo.
hoje os sobreviventes das culturas oprimidas e sufocasdas estao lutando pelo resgate dos valores espezinhados; estao empenhados e criar condiçoes democraticas para que fontes proibidas voltem a jorrar com toda a força que originalmente tiveram.
para que o mestiçamento nao seja uma mascara usada em nome da unidade cultural imposta, é preciso que todas as diferenças sejam legitimadas, que todas as identidades possam ser efetivamente assumidas e que todas as experiencias culturais particulares sejam respeitadas.
quando isso acontecer entao,sim,poderemos começar a aprender a ser,orgulhosamente,mestiço em nossas almas.
e o q os dois tem de semelhante e diferente?
Na mesma semana em que morreu Ayrton Senna, morreu atropelada no Rio, mais precisamente na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, uma empregada doméstica chamada Rosilene. Durante uma hora os carros passaram por cima de seu corpo, a ponto de só ser reconhecida através das impressões digitais que restaram. O Brasil inteiro chorou a morte de Senna, mas poucos souberam do fim trágico de Rosilene.
Este é bem o retrato do país que habitamos. Somos cada dia mais dois Brasis. Um, dos ricos e famosos, que faz uma nação inteira chorar ou pelo menos se interessar pelo caso. Outro, o dos miseráveis, cujas vidas não interessam a ninguém.
Dividido socialmente em dois, o país também tem suas emoções divididas. Dificilmente alguém se comove com as muitas tragédias diárias que acontecem com os pobres. São apenas mais um numero nas estatísticas de mortos e feridos na guerra social que o próprio Brasil deflagrou através de seus vários governos irresponsáveis.
O "aparthaid" social é uma verdade de que não podemos fugir. É muito mais ostensivo que a discriminação racial. Desde que o individuo tenha alcançado uma posição social e fama, pouco nos importa a raça. Nele a nação se reconhece, enquanto o outro, que ficou à margem, sempre é tido como um estorvo de que temos de escapar.
O ponto a que chegamos mostra que o país não pode mais continuar convivendo com essa cisão. Vivemos um momento em que o Brasil dos ricos sente-se ameaçado pelo dos pobres, e o pior, sem nenhuma solução à vista. Movimentos da sociedade civil já esboçam alguma reação. Mas sem a contrapartida de políticas governamentais voltadas verdadeiramente para o social, nada de concreto acontecerá. Salvo a propaganda do clima de guerra que já se instaurou nas grandes cidades como Rio e São Paulo.
“Todo brasileiro é mestiço. Se não no sangue, nas ideias.” A observação é Sílvio Romero, e foi feita há cerca de um século.
De fato, o material de que se alimenta a vida espiritual de todos os brasileiros provém de fontes étnicas muito diversas e muito misturadas. Tradições culturais européias se cruzam com raízes africanas e matrizes indígenas, antes de receberem influências asiáticas, sobretudo através da imigração japonesa. A riqueza (a universalidade) de uma cultura nacional depende de muitos fatores. E depende, decisivamente, de sua capacidade de saber assimilar a diversidade das experiências humanas que lhe chegam, através dos caminhos mais distintos.
a vida cultural dos brasileiros,entao, dispõe de possibilidades privilegiadas.o cidadao que se assume como espiritualmente mestiço pode incorporar elementos de origens diferentes a sua compreensao da realidade;nele,as qualidades da sensibilidade,da intuiçao,da percepçao,do talento improvisador e da criatividade podem ser complementares ás qualidades de racionalizaçao,disciplina intelectual,rigor cientifico e competencia organizativa.Na nossa historia,contudo,essa incorporaçao da diversidade ficou muito prejudicada.A politica cultural imposta pelos ''de cima'' acarretou uma verdadeira devastaçao nas expressoes culturais dos ''de baixo''.O colonizador massacrou o colonizado.As razoes dos brancos foram levadas aos indios e aos negros menos atraves da persuasao(convencimento) do que por meio do dinheiro e das armas de fogo.
hoje os sobreviventes das culturas oprimidas e sufocasdas estao lutando pelo resgate dos valores espezinhados; estao empenhados e criar condiçoes democraticas para que fontes proibidas voltem a jorrar com toda a força que originalmente tiveram.
para que o mestiçamento nao seja uma mascara usada em nome da unidade cultural imposta, é preciso que todas as diferenças sejam legitimadas, que todas as identidades possam ser efetivamente assumidas e que todas as experiencias culturais particulares sejam respeitadas.
quando isso acontecer entao,sim,poderemos começar a aprender a ser,orgulhosamente,mestiço em nossas almas.