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como a formacao do reino do congo ?

Sagot :

Congo era o nome utilizado pelos portugueses, desde os finais do século XV, para designarem o território do Zaire, descoberto pelo navegador Diogo Cão que, ao atingir esta região, pensou que a Índia estaria próxima. Ao longo dos tempos este nome tem um conteúdo abrangente, de tipo etnológico, geográfico e político. Com efeito, aplica-se a certos povos africanos da grande família banta, às extensas e imprecisas regiões que esses povos ocuparam e que o rio Zaire de alguma forma estrutura, e, ainda, aos senhorios que esses povos criaram e mantiveram. O âmbito de aplicação do vocábulo alargou-se mais tarde a territórios fora dos domínios do rei do Congo e o próprio rio chegou a ser assim chamado. O Congo, com o seu rei, o "Manicongo", foi visto pelo poder político português dos inícios da Modernidade como uma potência com quem valia a pena estabelecer relações de amizade, pois isso poderia ser proveitoso para as causas comerciais e evangelizadoras portuguesas. O acolhimento inicial não podia ser mais favorável. A tal ponto que, com a conversão dos povos, os portugueses procuraram dar uma feição europeia a este reino africano e a este príncipe negro da época quinhentista: língua, títulos de nobreza, cerimónias palacianas e costumes passaram a ser exatamente como em Portugal. Mas o entusiasmo inicial, deixado para a posteridade por João de Barros, cedo arrefeceu. Com exceção das lucrativas expedições de comerciantes e missionários, esta assimilação poucos frutos deu, com uma ou outra exceção ao nível do vestuário (alguns africanos passaram a vestir "à portuguesa") e a adoção de algumas regras de direito português. Mesmo a nível das relações de Estado a Estado, Portugal viu-se na perante a eventualidade de fazer despesas pouco compensadoras. Com efeito, foi graças ao auxílio militar que os congoleses conseguiram aguentar durante certo tempo a violenta invasão dos Jagas. Por outro lado, esta invasão e outros problemas regionais desgastaram o território. Além disso, desde finais do século XVI, os portugueses já não estavam sós naquelas paragens, tendo de sofrer a concorrência de outros europeus. Por isso, pareceu mais proveitoso desviar a atenção para sul, para o reino do N'Gola (futura Angola) que, com o tempo, virá a dominar o antigo Congo. No século XIX, quando a movimentação imperialista europeia obrigou os portugueses a defrontar ingleses, franceses e belgas, do projeto inicial português para o Congo só restava uma recordação, mantida pelo contacto esporádico do comércio de escravos e marfim. Na Conferência de Berlim (1884-1885) Portugal perdeu a maior parte da vasta região que percorria desde há quatro séculos e nem as inscrições gravadas em Ielala pelos homens de Diogo Cão foram suficientes para colocar esse local sob o domínio português. Cabinda acabou por ser a exceção, entre as zonas a norte do Zaire
 O Congo, com o seu rei, o "Manicongo", foi visto pelo poder político português dos inícios da Modernidade como uma potência com quem valia a pena estabelecer relações de amizade, pois isso poderia ser proveitoso para as causas comerciais e evangelizadoras portuguesas. O acolhimento inicial não podia ser mais favorável. A tal ponto que, com a conversão dos povos, os portugueses procuraram dar uma feição europeia a este reino africano e a este príncipe negro da época quinhentista: língua, títulos de nobreza, cerimónias palacianas e costumes passaram a ser exatamente como em Portugal. 
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