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Sob que aspectos a posição de Górgias é criticada por Platão ?

Sagot :

Górgias é um diálogo de Platão, filósofo grego do século V a.C..Deverá ter sido escrito depois da primeira viagem de Platão à Sicília, em 387 a.C. Situam-no na acmé (maturidade) da vida: depois dos quarenta anos, isso significa que, pela boca de Sócrates fala já o próprio [Platão].Contexto : Quando Górgias foi escrito por Platão, Atenas vivia uma profunda crise económica e política. Após uma longa guerra contra Esparta (431-404), Atenas perde a guerra e o poder que tinha entre os gregos. O regime Democrático é substituído por uma Tirania (404-403) por imposição de Esparta. A Democracia que é restaurada, em 403, está mais frágil que nunca. Os recursos económicos dos atenienses são agora bastante mais escassos, a custo a cidade procura recuperar a sua prosperidade económica. A antiga aristocracia culpa os oradores e os democratas desta perda do poder e exige um governo forte. No inicio do século IV a.C. devido ao elevado absentismo dos cidadãos nas sessões da Assembleia foi decidido remunerá-los sempre que o fizessem. A Assembleia, dirá Aristóteles, torna-se rapidamente num local de ociosos e cidadãos empobrecidos que dessa forma procuram adquirir algum sustento. O exercito passa a ser constituído por mercenários afastando-se dos cidadãos. As sucessivas guerras empobrecem ainda mais a vida dos atenienses. A Democracia continua resistir, mas a tendência é para a adopção de regimes fortes (tirânicos). No final do século IV a.C., Atenas deixa de ser Independente e a Democracia é substituída definitivamente por uma Oligarquia.Este dialogo tem como tema principal a Retórica, qual a sua função e como esta deve ser utilizada. – uma das personagens principais é o próprio Górgias, o famoso sofista siciliano conhecido em Atenas como o melhor orador. A disputa de Sócrates acerca da retórica e o seu valor vai permitir a Platão estabelecer o conforto entre dois usos opostos da linguagem – como instrumento de poder e como instrumento de verdade. Ou seja a linguagem defendida pelos sofistas (representados por Górgias, Polo e Cálicles) sofistas e a linguagem defendida pelos filósofosSócratesePlatão - que conclui que esta é não só inútil, mas mesmo imoral.É um diálogo de cinco personagens:Polo, que tal como Górgias é um sofista; Querefonte, um amigo de Sócrates, que o acompanha a casa de Cálicles; Cálicles: O grande adversário de Sócrates, esta personagem ao contrário das outras é talvez uma figura fictícia, imaginada por Platão, representa os políticos oportunistas próprios da época, a ausência ou inversão de valores que Platão combateu. Isto significa que Cálicles representa o oposto de Sócrates, muitos autores consideram que Cálicles era uma imagem do que Platão teria sido sem Sócrates; Górgias, personagem venerável pela sua idade e prestígio – aceita as exigências de Sócrates e ouve-o com interesse e cortesia, ao contrário de Polo e Cálicles que são impetuosos, bruscos e impertinentes; Sócrates, diferente de Górgias, às vezes um pouco severo com Polo, mostra um pouco a sua ironia com Cálicles de a sua incapacidade de aceitar a derrota…mas Sócrates faz sobressair a sua extraordinária capacidade de argumentação, a ausência de vaidade, e o desejo pela verdade e justiça, Sócrates demonstra também a sua humildade perante Górgias perguntando-lhe se quer continuar o discurso;A acção, ou a disputa entre estas cinco personagens decorre em casa de Cálicles, numa manhã cedo na qual que Sócrates e Querefonte surgem e pedem para falar com Górgias. Esse encontrava-se como hóspede de Cálices, seu amigo.Esta obra tem sido considerada como um drama filosófico em três actos e um epílogo. A sua estrutura formal pode ser expressa da seguinte forma: 1º Acto : A discussão de Górgias: a retórica segundo os sofistas e a refutação de Sócrates. 2º Acto: A discussão com Polo: a natureza da retórica segundo Sócrates, o seu poder de utilidade. 3º Acto: A discussão com Cálicles: a justiça como o triunfo da força ou a justiça como triunfo da razão. Epílogo: A exposição de Sócrates acerca do género de vida que devemos adoptar. O mito acerca da sentença final.1º Acto: Iniciando um debate com Górgias, Sócrates induz o seu oponente em contradição, levando-o a dizer que a Retórica, a arte dos discursos políticos que tem como objecto a justiça, pode ser usada de forma errada e, ao mesmo tempo, que todos aqueles que a aprendem são incapazes de cometer qualquer acto injusto.Perante esta contradição, surge Polo, discípulo de Górgias, que defende o seu mestre e a sua Arte, afirmando que esta é a mais bela das artes. S