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Sobre o Ballet na atualidade?

Sagot :

Quais os rumos do balé na atualidade?    Nascido em berço de ouro, o balé sempre trilhou o caminho do luxo e do status. Seja o balé de corte, o romântico ou clássico, a arte sempre esteve ligada, de uma forma ou de outra às elites.    Concebido apenas como um “mero instrumento político”, considerado muitas vezes um “simples passatempo” da nobreza, criticado tantas outras pela “virtuose exagerada”, o balé sempre possuiu uma inegável riqueza estética, seja ela cenográfica e ou técnica. E por isso não é à toa que o balé seja considerado “a mãe” das danças. Não que seja ele mais importante do que outra modalidade, mas porque é a partir de reflexões sobre o balé que surgirá a dança moderna e por consequência, a dança contemporânea.    Estudar balé, conhecer sua história ou mesmo assistir um espetáculo, de modo geral, sempre foi privilégio de uma minoria. E se o acesso a esta arte é restrito, dificultada é a compreensão de suas razões. Por isso, antes que línguas flamejantes lancem tortuosos olhares para a linguagem cênica do balé, sejamos sensatos o suficiente para encará-lo como uma obra de arte que é apresentada no século XXI, mas que não foi feita para este século.    Ou seja, um balé de repertório bem executado, deve transportar o público para uma atmosfera de magia, que deverá remeter à época a qual aquela peça foi criada. Cenários deslumbrantes, roupas luxuosas, músicas encantadoras e bailarinos tecnicamente perfeitos, são antes de tudo, “memórias vivas”, de uma arte que não deve desfalecer.        Por certo, como uma modalidade de dança nascida no cerne da realeza francesa sobreviveria na contemporaneidade? Como continuar falando de fadas, elfos, ninfas, príncipes e princesas, num mundo onde domina a velocidade e a tecnologia? Talvez fosse preciso uma nova linguagem, dentre tantas outras possíveis. Por isso, a dança clássica parece ter “sumido”. Salvo as exceções de grandes companhias internacionais, como Bolshoi, Kirov, Òpera de Paris, Royal Ballet, dentre outras, e algumas nacionais como a Cia. Brasileira de Balé e o grupo Mineiro de Danças Clássicas, por exemplo.    Depois do advento da dança contemporânea, é fato que o balé cedeu espaço para esta modalidade de modo crescente. Geralmente o que se tem é o uso da técnica clássica como base de formação física do bailarino. Isso é, o bailarino não abandona o balé, mas não o leva ao palco. As criações seguem a estética da dança contemporânea. As companhias sentem a “necessidade” em“falar de temas atuais”, de se ter uma linguagem técnico-expressiva mais ampla, do que apenas a codificação dos passos do balé.    De todo modo, o balé clássico não deve ser esquecido como linguagem artística e como manifestação cultural, para que seu valor e contribuições para a evolução da dança não sejam desvalorizados.